quarta-feira, dezembro 11, 2024
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Especialista cria técnica cirúrgica para lesão de tendão de Aquiles

Cirurgia percutânea com auxílio de pinças traz benefícios como menos risco de complicações, menor tempo de recuperação e cicatrização mais eficiente; artigo sobre o tema foi publicado em revista internacional

IPATINGA – O ortopedista especialista em cirurgia de pé e tornozelo, Vinícius Alvarenga Pereira, médico do Hospital Márcio Cunha, publicou um artigo inovador descrevendo uma nova técnica cirúrgica criada por ele para o tratamento de lesões agudas do tendão de Aquiles. A técnica de cirurgia percutânea realizada com auxílio de pinças, foi publicada na renomada revista internacional “The Journal of The Foot and Ankle”, amplamente reconhecida na área ortopédica.

TENDÃO DE AQUILES

O tendão de Aquiles, também conhecido como tendão calcâneo, é o maior e mais forte tendão do corpo humano. “Ele desempenha um papel fundamental ao conectar os músculos da panturrilha ao nosso calcanhar, permitindo realizar atividades como andar, correr, subir escadas e praticar esportes. Devido à sua alta demanda e sobrecarga, o tendão de Aquiles é propenso a lesões degenerativas que podem levar à ruptura”, explica Dr. Vinícius Alvarenga.

De acordo com o especialista, a lesão aguda do tendão de Aquiles é mais comum em adultos jovens, geralmente entre 30 e 50 anos de idade. Quando ocorre a ruptura, é essencial buscar tratamento adequado, pois a falta de intervenção pode levar a uma vida cotidiana comprometida e dificuldades funcionais significativas.

TRATAMENTOS

O tratamento mais convencional para a lesão de tendão de Aquiles é a cirurgia aberta. Porém, o mais indicado em muitos casos é a cirurgia percutânea, que utiliza pequenas incisões na pele, sendo minimamente invasiva. No entanto, o uso de dispositivos específicos, torna esse procedimento inacessível para muitos pacientes, elevando significativamente os custos envolvidos.

TÉCNICA

O ortopedista Vinícius Alvarenga propôs uma técnica cirúrgica percutânea inovadora, com o auxílio de pinças, que é acessível, econômica e pode ser replicada em diversos locais. Desde 2020 o médico já vem realizando essa técnica com sucesso no Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga, no Vale do Aço Mineiro, onde também repassa os ensinamentos aos residentes da ortopedia.

A técnica desenvolvida pelo especialista utiliza pinças cirúrgicas convencionais (Foerster), instrumentos disponíveis em centros cirúrgicos. A cirurgia tem duração de cerca de quarenta minutos. Com a pinça, o médico sutura o tendão e trança o fio dentro dele sem a necessidade de incisões extensas. Essa abordagem é simples e oferece inúmeros benefícios aos pacientes.

BENEFÍCIOS

A nova técnica de cirurgia percutânea proposta pelo especialista traz maior segurança ao procedimento, reduzindo a possibilidade de complicações em comparação com a cirurgia aberta e outras opções percutâneas disponíveis. Além disso, proporciona recuperação mais rápida, permitindo que os pacientes possam voltar a pisar em apenas duas semanas, em comparação com as seis a oito semanas necessárias anteriormente.

A técnica também contribui para uma cicatrização mais eficiente e reduz a perda muscular, possibilitando que o paciente retorne às suas atividades diárias e ao trabalho mais rapidamente. A partir de dois meses, é possível iniciar caminhadas e exercícios progressivos.  

O médico reforça que durante todo o processo de recuperação, o paciente é acompanhado pelo profissional ortopedista e também por fisioterapeutas. Essa abordagem multidisciplinar visa garantir uma reabilitação completa e um retorno funcional adequado.

IMPORTÂNCIA

Para o ortopedista Vinícius a opção terapêutica permite maior acessibilidade aos pacientes por ser simples e com menos custos. A publicação do artigo vai difundir essa técnica entre cirurgiões de todo o Brasil e do mundo.

“É uma satisfação poder descrever a técnica em uma publicação tão importante para a área da ortopedia. É uma forma de expandir os benefícios desse procedimento a pacientes que estão além da minha esfera assistencial. O importante é que mais médicos tenham acesso à técnica e mais pacientes possam realizá-la, expandindo assim seu impacto positivo na prática clínica. Desta forma ganha a comunidade e a ciência”, conclui.

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