segunda-feira, novembro 25, 2024
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Em discurso sobre Estado da União, Biden chama Putin de ditador

WASHINGTON – Em seu primeiro discurso do Estado da União, o presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, reiterou que o país não vai enviar tropas para a Ucrânia, em resposta à invasão russa, mas voltou a garantir a defesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Biden chamou Vladimir Putin de “ditador” e garantiu que o Departamento de Justiça está criando equipe de trabalho para investigar os crimes dos magnatas russos.

No tradicional pronunciamento anual dos presidentes dos EUA perante as duas câmaras do Congresso, em Washington, na noite passada, Biden anunciou a mobilização de tropas, aviões de combates e navios militares para proteger os países da Otan, incluindo Polônia, Romênia, Letônia, Lituânia e Estônia.

DEFESA

“No caso de Putin decidir continuar a mover-se para oeste”, frisou Biden, “os Estados Unidos e os aliados vão defender cada centímetro de território dos países da organização”.

O líder norte-americano chamou o presidente russo de “ditador” e garantiu que o Ocidente não vai ceder perante “ataque premeditado e sem provocação à Ucrânia”, mesmo diante de risco de impacto econômico.

“Ao longo da nossa história aprendemos esta lição: quando os ditadores não pagam um preço pela agressão, causam mais caos. Seguem em frente. E os custos e as ameaças para a América e o mundo continuam a aumentar”, disse Biden.

PAREDE DE FORÇA

“Vladimir Putin quis fazer estremecer os alicerces do mundo livre, pensando que os podia fazer vergarem-se aos seus métodos ameaçadores, mas cometeu grande erroems seus cálculos. Pensou que podia entrar na Ucrânia e que o mundo nada faria. Em vez disso, enfrentou uma parede de força que nunca antecipou ou imaginou”, acrescentou.

Washington vai continuar a apoiar o povo ucraniano, mas as forças norte-americanas “não entraram e não vão entrar em conflito com as forças russas na Ucrânia”, destacou o presidente.

CERCO ECONÔMICO

Biden disse que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (EUA) está criando equipe de trabalho exclusivamente para investigar “crimes dos magnatas russos”.

“Esta noite, digo aos oligarcas e líderes corruptos da Rússia, que lucraram milhares de milhões de dólares com esse regime violento, que já basta”, disse Biden, no primeiro discurso sobre o Estado da União, o tradicional pronunciamento anual dos presidentes dos Estados Unidos no Congresso.

“Estamos nos juntando aos nossos aliados europeus para encontrar e confiscar iates, apartamentos de luxo, aviões privados. Vamos buscar os lucros indevidos”, garantiu.

SANÇÕES

A União Europeia (UE), o Reino Unido e o G7, bloco dos sete países mais industrializados do mundo [Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido] já tinham anunciado sanções a dezenas de oligarcas e empresários russos dos setores do petróleo, da banca e das finanças, todos considerados próximos do Kremlin.

As sanções impostas pela UE incluem o congelamento de bens, a proibição de colocar fundos à disposição de pessoas físicas e jurídicas listadas, bem como a possibilidade de entrar ou transitar pelo território dos 27 Estados-membros.

O milionário russo Roman Abramovich, também considerado próximo do presidente russo, Vladimir Putin, anunciou, no fim de semana, que iria deixar a administração do Chelsea nas mãos da fundação do clube inglês de futebol.

OFENSIVA

A Rússia lançou, quinta-feira (24) de madrugada, ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeio de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU registrou mais de 100 mil deslocados e mais de 660 mil refugiados na Polônia, Hungria, Moldávia e Romênia.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender. Acrescentou que a ofensiva vai durar o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela comunidade internacional. A União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscou.

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