Silêncio de Fux, André Mendonça e Nunes Marques faz coro com a conspiração traidora que mina o próprio Supremo Tribunal Federal
(*) Fernando Benedito Jr.
É gritante o silêncio dos ministros Luiz Fux, e dos dois nomeados por Bolsonaro, Nunes Marques e André Mendonça, diante do violento atentado à soberania nacional pelo presidente do EUA, Donald Trump. Poupados de terem o visto cassado pelo governo norte-americano, não manifestaram o menor gesto de solidariedade frente ao ataque sofrido pelo tribunal que integram. Parecem agradecidos pelos vistos. Trocaram a soberania por muito pouco…
À exceção dos três, alinhados a Jair Bolsonaro, e votos divergentes em praticamente todas as questões que dizem respeito ao ex-presidente, todos os demais integrantes da Suprema Corte tiveram seus vistos cassados e o ministro Alexandre de Moraes foi sancionado pela Lei Magnitsky.
O silêncio, por mais que odeiem Alexandre de Moraes, soa condescendente com a conspiração traidora levada a efeito por Eduardo Bolsonaro, faz coro com a retaliação chantagista de Trump e demonstra que aceitam a tentativa de norte-americana de subjugar a Corte brasileira e, por tabela, a soberania nacional.
O ministro Alexandre de Moraes não é nenhuma unanimidade nacional. Isto é certo. Tem seus arroubos autoritários aqui e acolá, que soam mal. Mas em linhas gerais tem conduzido o inquérito contra a tentativa de golpe conforme o rito do processo jurídico, embora os réus e seus seguidores – como sempre – se digam inocentes, injustiçados e perseguidos.
Todos tiveram advogados constituídos, acesso às provas e documentos acusatórios, direito à defesa e aos prazos estabelecidos em lei. As decisões de Moraes são corroboradas pelo demais integrantes da 1ª Turma e, certamente, as decisões da 1ª Turma são apoiadas pelos demais ministros do STF, à exceção de Fux, Nunes Marques e Mendonça.
Se não querem se identificar com Moraes e os demais pares, deveriam ter a coragem e a dignidade de pelo menos defenderem a instituição que representam para dizer que não aceitam ingerência externa nas decisões da mais alta Corte do País.
(*) Fernando Benedito Jr. é editor do DP.