BRASÍLIA – De 13 de julho a 28 de setembro ocorre o ciclo de debates “Desenvolvimento, Novas Desigualdades e Justiça Fiscal no Brasil”. A mesa de abertura será nesta terça-feira (13), às 19h30, com a ex-presidenta Dilma Rousseff.
O ciclo é composto por 10 encontros tendo o sistema tributário como eixo condutor nas análises. Os fundamentos da desigualdade social, as transformações da sociedade contemporânea e os desafios imediatos e estratégicos serão abordados por vinte especialistas.
A atividade de formação é uma parceria entre o Instituto Lula, o Instituto Justiça Fiscal e as entidades coordenadoras da campanha Tributar os Super-Ricos.
“Vivemos num país onde são os mais ricos que reclamam dos impostos, mas quem paga mais são os pobres. Buscar uma maior justiça fiscal é condição urgente para diminuir a desigualdade no Brasil. Por isso mesmo, o Instituto está muito animado com essa parceria com o IJF e convido todos interessados neste tema tão rico a seguir conosco nesta jornada”, destaca Márcio Pochmann, presidente do Instituto Lula.
TRIBUTAR SUPER-RICOS
“A tributação no Brasil onera muito mais os mais pobres do que os mais ricos proporcionalmente às suas rendas. Esse é um dos fatores importantes para a persistência e o aprofundamento da desigualdade social, além de um entrave a um desenvolvimento econômico sustentável e distributivo. Alterar essa estrutura é fundamental para promover justiça fiscal”, resume a presidenta do IJF, Maria Regina Paiva Duarte.
Ela celebra a atividade conjunta de formação no marco de 10 anos de criação do IJF. “Ampliar o debate sobre a injusta estrutura tributária é fundamental para compreender o que é preciso mudar e somar forças para transformar o que sustenta a desigualdade”, conclui a auditora fiscal aposentada e também uma das coordenadoras da campanha Tributar os Super-Ricos.
A campanha propõe tributar apenas 0,3% mais ricos (600 mil pessoas entre 210 milhões), arrecadando cerca de R$ 300 bilhões ao ano. As oito medidas para alcançar esse montante foram apresentadas ao Congresso Nacional em agosto de 2020, mas não estão em tramitação ainda.
O 1% da população mais rica do Brasil detém quase a metade da riqueza nacional (49,6%), aponta o relatório da Riqueza Global, publicado em junho pelo banco Credit Suisse. O país só perde para o Catar em concentração de riqueza e é o nono país mais desigual do mundo.