terça-feira, novembro 26, 2024
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Deputada denuncia descumprimento de protocolos em escolas de Ipatinga

Beatriz Cerqueira aponta contaminação de trabalhadores (as), aglomeração, falta de pessoal e índices da pandemia para pedir que reabertura seja revista pelo prefeito

IPATINGA – A deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT) fez pronunciamento na Assembléia Legislativa de Minas Geais denunciando uma série de irregularidades verificadas nas escolas de Ipatinga desde o início do retorno às aulas presenciais. As denúncias foram baseadas em relatos do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação, Subsede de Ipatinga, e de trabalhadores (as) em educação na cidade. “A Prefeitura não cumpre o protocolo por ela mesmo determinado”,disse a parlamentar em discurso na tribuna da ALMG.

Na abertura de seu pronunciamento, a deputada disse que seu objetivo era mostrar a realidade dos colegas de profissão que sofrem com medidas completamente desnecessárias. “Estou falando do prefeito municipal de Ipatinga [Gustavo Nunes-PSL]. Nós estamos no pior momento da pandemia, em luto por mortos e mais mortos todos os dias e, a despeito da rede de saúde de Ipatinga estar em colapso, 100% ocupada, ele mantém a determinação de aulas presenciais. Para aqueles que defendem o retorno presencial das aulas neste momento da pandemia, os dados de quem já retornou vão nos ajudar, porque hoje o município de Ipatinga está com suas escolas abertas, a Prefeitura não cumpre o protocolo por ela determinado. A Prefeitura criou protocolos que ela não segue e para os quais não há uma efetiva fiscalização. Então, nossos colegas e a comunidade escolar correm risco de morte em Ipatinga”, disse Cerqueira.

Beatriz Cerqueira (deputada estadual PT/MG)

COLAPSO E RISCO

Ela lembrou que hoje Ipatinga tem 35 mil matrículas na educação básica, fora a rede estadual e a Prefeitura autorizou o funcionamento das escolas municipais e privadas colocando em circulação um grande contingente de pessoas, aumento op risco de contaminação e de óbitos pela Covid-19. “O retorno das atividades presenciais significa o retorno de um grande contingente pessoas circulando. Ipatinga está entre as cidades mineiras com maior população de idosos e adultos de grupo de risco para Covid-19, residentes em domicilio com pelo menos uma criança e um adolescente. Outro dado também relevante é que temos um número alto de crianças com comorbidades. São mais de 600 crianças pequenas. Há  cerca de 45 dias, os números de contaminação óbitos e taxa de ocupação de leitos só crescem. Nos últimos 3 dias a taxa de ocupação de leitos de Covid e não Covid variam entre 100% e 103% evidenciando o colapso do sistema municipal de saúde”, sentenciou.

PROTOCOLOS DESCUMPRIDOS

Ainda conforme a deputada, enquanto isso, nas escolas, ocorrem situação de aglomeração e descumprimento de regras básicas para evitar a contaminação, tanto no interior quanto no entorno dos educandários e mostra registros fotográficos comprovando o não cumprimento das regras de biossegurança.

“A SME – prossegue a deputada – não conseguiu comprar equipamentos de proteção individual. As pessoas estão indo trabalhar sem o fornecimento de equipamentos. Na maioria das escolas as crianças realizam todas as atividades nas salas de aula, incluindo as refeições. Esta foi a saída encontrada e orientada pela Vigilância Sanitária no município. A escola é o lugar de aula e de refeição.

CONTÁGIO E FALTA DE PESSOAL

Outra denuncia feita por Beatriz Cerqueira é sobre a contaminação nas escolas. Ela afirma que profissionais atestados como assintomáticos foram orientados a permanecer em serviço.

“A SMS atestou a contaminação de dezenas de profissionais da educação nas primeiras semanas de trabalho e muitos não receberam orientação de como proceder a partir do teste positivo e – pasmem ! – alguns foram orientados a continuar trabalhando porque estavam assintomáticos. No dia 12 de fevereiro, a SME enviou comunicado às escolas, indeferindo atestados médicos de pessoas que estão classificadas como grupo de risco, como é o caso dos portadores de diabetes ou doenças respiratórias crônicas e convocando-os para o trabalho presencial. A SME, ainda ilegalmente, está impondo restrições às contratações de profissionais que participaram do processo seletivo, faltam profissionais de limpeza e cantina em todos os educandários, o número de professores contratados está baixo da necessidade”. O resultado, conforme Beatriz Cerqueira é que as direções das escolas estão assumindo as salas de aula e nas hipóteses em que não conseguem garantir esta cobertura, os estudantes estão sendo liberados. “O trabalho remoto não está acontecendo para atender às famílias que optaram pelas atividades não-presenciais. ‘É aquele discurso, a família faz a opção se quer levar o filho para a escola ou se quer ficar com ele em casa em trabalho não presencial’. Aos fizeram, a meu ver corretamente, a opção pelo não-presencial, não estão sendo atendidos.O trabalho remoto não está atendendo aos estudante. A PMI já recebeu orientações em relação a gestão da Secretaria Municipal de Educação por parte do Ministério Público”.

VACINAÇÃO

Beatriz Cerqueira criticou ainda a lentidão do processo de vacinação na cidade. “O processo de vacinação como em todos o Estado e País segue lento e marcado por uma série denúncias de ‘fura-fila’. Muito descaso com a população idosa. São muitos familiares relatando uma verdadeiro batalha junto às UBSs para que seus entes sejam vacinados”. Ao final de seu discurso, Beatriz Cerqueira faz um apelo para que prefeito Gustavo Nunes reveja a decisão de manter o ensino presencial.

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