(DA REDAÇÃO) – A candidatura de Alexandre Kalil (PSD) ao governo de Minas ganha fôlego com a decisão do presidente Jair Bolsonaro (PL) de romper com o governador Romeu Zema (Novo) e apoiar Carlos Viana (PL) para o Palácio Tiradentes e Cleitinho Azevedo (PSC) para o Senado.
Conforme pesquisa Datafolha sobre as intenções de voto para o governo de Minas Gerais divulgada no último dia 1º, o governador Romeu Zema (Novo) tinha 48%, seguido pelo ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), com 21%. Este resultado reelegeria o atual governador no primeiro turno. Entretanto, este cenário pode mudar significativamente com a decisão de Bolsonaro de romper com Zema, ao provocar uma divisão de votos à direita do espectro político.
O governador já vinha buscando distanciamento do presidente em função de sua alta rejeição. Zema alega que não apoia Bolsonaro porque o novo já tem candidato à presidência, mas em 2018, quando Bolsonaro estava no auge, não teve tanto escrúpulo e anunciou o voto no atual presidente no 1º turno, embora o Novo tivesse João Amoêdo como candidato à presidência.
Após o encontro com Bolsonaro no Palácio do Planalto, Carlos Viana concedeu entrevista com indiretas a Zema:
– Queremos palanque firme para Bolsonaro em Minas, palanque que não seja duvidoso. – disse o senador.
Carlos Viana terá uma dificil tarefa pela frente: “Minha missão é mostrar a Minas o que Bolsonaro fez pelo Estado”. Além dos escassos 4% nas intenções de voto (o que pode mudar com o apoio do presidente), Viana não terá muito o que mostrar ao eleitorado mineiro. Não à toa, Lula lidera em Minas e sua dianteira no Estado pode lhe garantir a vitória em 1º turno, como tradicionalmente ocorre: quem vence em Minas, vence no País.
A opção por Cleitinho como candidato ao Senado é outra curiosa reviravolta. Depois de convidar o atual senador e candidato à reeleição Alexandre Silveira (PSD) para ser o líder do governo no Senado – proposta que foi elegantemente rechaçada pelo senador -, Bolsonaro anunciou apoio a Cleitinho. De toda forma, o que fica evidente é que o palanque bolsonarista em Minas não é tudo aquilo que se esperava. E piora com as decisões “estratégicas” do presidente, que não tem para onde correr.
A nova articulação do Planalto vai tentar fazer uma composição com o União Brasil, que pode indicar Bilac Pinto como vice de Viana ou até mesmo o nome do deputado federal Marcelo Freitas para a vaga.
O deputado estadual Cleitinho Azevedo comemora a decisão de Bolsonaro. O grupo de Zema e de seu candidato a senador, Marcelo Aro (PP), havia cogitado uma manobra para retirá-lo da disputa.
Cleitinho, segundo o DATATEMPO, está em segundo lugar nas indicações para o Senado, perdendo, na estimulada, somente para o ex-governador e deputado federal Aécio Neves.
Também para esse cargo, a situação se complica. Marcelo Álvaro Antônio, ex-ministro do Turismo ligado ao escândalo do laranjal do PSL que, até então, era o candidato de Bolsonaro, perde a vez.
Com as novas jogadas do Planalto interferindo na política mineira, o cenário começa a clarear e os palanques se definem. E quem sai ganhando, por ora, é Alexandre Kalil.
Até que venha nova tempestade, os palanques em Minas Gerais ficam da seguinte forma:
Governador: Alexandre Kalil (PSD)
Vice: André Quintão (PT)
Senado: Alexandre Silveira (PSD)
Presidência: Lula (PT)
Governador: Romeu Zema (Novo)
Vice: Mateus Simões (Novo)
Senado: Marcelo Aro (PP)
Presidência: Felipe D’ávila (Novo)
Governador: Carlos Viana (PL)
Vice: Nome do União Brasil (sem confirmação)
Senado: Cleitinho Azevedo (PSC)
Presidência: Jair Bolsonaro (PL)
Governador: Marcus Pestana (PSDB)
Vice: Nome do Cidadania ou do PDT (sem confirmação)
Senado: Aécio Neves (PSDB) (sem confirmação)
Presidência: Ciro Gomes (PDT)