(*) Fernando Benedito Jr.
A alegação de Jair Bolsonaro de que estava em estado de confusão mental ao tentar romper a tornozeleira eletrônica até que faz sentido. Confusão mental na família Bolsonaro parece ser um problema crônico e genético. Não precisam de Pregabalina, Sertralina, Rivotril ou qualquer outro medicamento para entrarem em surto. Basta acompanhar mais de perto as declarações alucinadas dos filhos para saber que saíram ao pai. Os “devotos” que capturam com facilidade as teorias conspiratórias, que seguem fiel e doentiamente o clã, também parecem padecer do mesmo mal ou da mesma debilidade. Existe aí uma estranha identidade coletiva, como numa seita.
Mas, interessante é que os surtos psicóticos sempre ocorrem como justificativa de alguma atitude política que deu errado. Fazem uma manobra calculada (lógico, com cálculos errados), se dão mal e aí alegam alguma disfunção, culpam alguém. É um “modus operandi” que não convence mais ninguém, exceto os devotos, que nem precisam ser convencidos. Até mesmo os advogados de defesa, embora não se manifestem, por razões óbvias, sabem que o trabalho não é fácil. É um tipo de gente que não aceita conselhos, assessorias, recomendações, porque sabe de tudo, embora pouco afeitos à leitura, à cultura, aos estudos. Afinal, acumularam poder, dinheiro e arrogância que lhes basta.
E, assim, para sustentar seus erros e mentiras, vão errando e mentindo cumulativamente, criando teorias conspiratórias e narrativas sem pé nem cabeça. Um pastor foi lá na manifestação bolsonarista exercer a liberdade de expressão dele e quase foi linchado. Agora, imaginem a tal “vigília” no condomínio, aquele acampamento de vândalos armados. Era a “comitiva” ideal para Jair Bolsonaro ser facilmente “escoltado”, sem tornozeleira, até a Embaixada dos EUA, da Hungria ou da Argentina, numa fuga que deixaria o Supremo Tribunal Federal, mais uma vez, a ver navios como no caso de Zambelli, Ramagem e outros fugitivos da tentativa de golpe.
Essa coisa de delírios, confusão mental, realidade paralela, paranoia e outros desvios da família Bolsonaro costuma dar nisso: um pandemônio só.
(*) Fernando Benedito Jr. é editor do DP.



