Filme narra a saga da família de José Constantino até o litoral capixaba nos anos 70
FABRICIANO – Era início dos anos 70 quando o empreiteiro de carvão José Constantino Gonçalves, a dona de casa Maria Nogueira Gonçalves e seus oito filhos viveram uma aventura para conhecer a praia. A história contada pela arquiteta Ana Paula Gonçalves Pires acaba de virar filme e será apresentada na telona de cinema ao ar livre durante o Circuito de Exibição do Curta Vitória a Minas III. A ficção “Mundaréu” será apresentada em sessão gratuita na quinta-feira (28), às 19h30, no estacionamento da Prefeitura Municipal de Coronel Fabriciano (MG).
MUNDARÉU
A autora Ana Paula criou um conto inspirado em fatos reais para resgatar a saga vivida por sua família para desbravar o mar. Como naquela época ninguém da casa sabia como era um passeio até a praia, a notícia despertou a curiosidade, o espanto e a empolgação. Dali por diante, o alvoroço tomou conta da turma que passou a respirar os preparativos para o grande passeio.
A turma de filhos era composta por Maria das Graças (18 anos); José Daniel, o Zezé (17 anos); Vera (14 anos); Fátima (13 anos); Mário (12 anos); Maurício (11 anos); José Constantino, o Tantino (9 anos) e a Luciene, a Tuca (8 anos). Havia ainda a Renata, no ventre da mãe. Para encarar uma viagem com oito filhos para um lugar desconhecido e cercado por mistérios, Zé Constantino e Maria Nogueira organizaram de modo minucioso cada detalhe do passeio.
O PLANO
O plano era o seguinte: Dona Maria e os filhos fariam a viagem de trem no mesmo dia em que Seu Zé Constantino sairia de Kombi com a maior parte da bagagem, os utensílios e os mantimentos necessários para a longa estadia na praia. No princípio, antes das ondas do mar, a família costumava se juntar para uma farofa animada nas lagoas da região do Parque Estadual do Rio Doce. A turma se preparava agora para conhecer as águas salgadas da Barra do Riacho, no litoral de Aracruz, numa época de ondas bravias e perigosas. Imaginem o que esta turma não aprontou até chegar ao litoral?!
MEMÓRIAS
“Mundaréu” é inspirado nas memórias da família Constantino, uma homenagem especial ao avô Zé Constantino, falecido há 17 anos. Ao mesmo tempo, de acordo com a autora, a história celebra o gesto de compartilhar presente no cotidiano de muitas famílias mineiras.
“Quando enviei a história e fui selecionada, não imaginava a imensidão de situações que iria viver para tornar o meu filme uma realidade. A imersão audiovisual, a construção do roteiro, o aprendizado sobre as técnicas e todo o cuidado com a produção, o estudo do figurino, a escolha das locações e dos objetos de cena, a preparação e a entrega dos atores, as falas de uma família grande, a valorização do trejeito e do companheirismo do mineiro com o outro, e toda uma rede de parceiros, tudo isso contribuiu pra realização do filme. Mundaréu é um monte de gente feliz por realizar este projeto. Outra situação muito feliz nesta experiência foi a edição do filme: como se constrói a obra, como se escolhe cada cena, cada música que tem a ver com aquele personagem ou com o momento que ele está vivendo. A montagem trouxe uma preciosidade que não tenho como expressar. Tudo isso está no filme de uma forma divertida e leve. E o resultado todos assistirão na tela! Estou muito ansiosa e espero que todos consigam se divertir com as aventuras desta família”, destaca a diretora.