terça-feira, novembro 12, 2024
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Covid-19: Vale do Aço está entre os piores índices de Minas Gerais

Apesar da gravidade da situação, durante audiência na ALMG secretário de Saúde tem poucas respostas para conter a pandemia

Rosângela Reis (deputada estadual Pode/MG)

BH – O secretário de Estado da Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, apresentou nesta quarta-feira (10) na Assembléia Legislativa de Minas Gerais um quadro das ações adotadas para enfrentamento da pandemia de Covid-19 no Estado. Conforme o secretário, o Vale do Aço é uma das regiões de Minas com maior índice de mortalidade e onde são mais altas as taxas de ocupação de leitos de UTI e enfermarias. Os dados apresentados mostram que o total de casos confirmados no Estado totalizam 938.811. Minas tem ainda 19.824 óbitos confirmados, 219 deles na últimas 24 horas. O número de casos nas últimas 24 horas é de 10.409. A taxa de letalidade é de 2,1% e 781 registraram óbitos. Minas tem ainda 76.594 pessoas internadas e 862.217 em isolamento domiciliar.

Durante a audiência, a deputada estadual Rosângela Reis (PODE) manifestou sua preocupação com escassez do número de leitos. “Os leitos estão cheios, abarrotados. O momento para todos nós, de Minas e do Brasil, é de medo. É um momento angustiante com uma sensação de impotência, de não resolver todas as questões, mas sabemos que nós temos que buscar soluções e esta audiência é importante até mesmo neste sentido: de ouvir as regiões e também buscar soluções”, iniciou a deputada.

QUESTIONAMENTOS

Em seguida, a parlamentar fez uma série de indagações ao Secretário de Estado de Saúde, sobre as medidas específicas que estão sendo adotadas para o Vale do Aço.

“Gostaria de saber qual o plano da SES para resolver esta situação no Vale do Aço? – indagou a deputada, emendando: “Estamos precisando de respiradores, eu fiz um pedido de 10 respiradores para o Hospital Municipal de Ipatinga. Hoje estamos vendo lá vários pacientes serem transportados para outras regiões, mas gostaria de registrar que temos um hospital para ser retomado, que é o Hospital de Bom Jesus do Galho, um espaço que poderia também atender aos pacientes de Covid-19, cobrou Rosângela, salientando que HMC não tem mais condições e atender nos leitos do estado e nos leitos do SUS”.

Outra questão levantada pela deputada foi quanto ao fato de alguns prefeitos da região não terem aderido ao Plano Minas Consciente ou terem cancelado sua participação.

“Está havendo resistência dos prefeitos em aderir à Onda Roxa. Isso impedirá o Estado de decretá-la? É possível decretar a Onda Roxa e deixar alguns municípios de fora?”

Para encerrar sua participação, Rosângela destacou que a vacinação é a principal arma para enfrentar a Covid-19. E questionou: “Tem algum plano para aumentar a compra de vacinas? Como fazer para obter a vacinação em massa?

Ela enfatizou que as vacinas que estão chegando nos municípios são insuficientes e em alguns casos beiram o ridículo. “Jaguaraçu e Marlièria receberam 10 doses de vacinas,  utilizando um aparato enorme de policiamento para ir à SRS transportar estas vacinas. 

O secretário de Estado de Saúde, Carlos Amaral, deixou gande parte das indagações sem respostas

RESPOSTAS

Em suas respostas aos questionamentos da parlamentar, o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, foi evasivo. Limitou-se a pedir o alinhamento do discurso de lideranças políticas estaduais e municipais e explicou o número reduzido de doses a alguns municípios – na verdade, em relação à população da maioria das cidades, as doses foram poucas em todos eles, já que espera-se uma vacinação em massa e com urgência. Amaral não respondeu às perguntas sobre plano para resolver os problemas no Vale do Aço, nem sobre a solicitação de mais respiradores para o HMI.

“O momento é de distanciamento adequado, de muito cuidado por causa destas cepas que vão circular, e esta semana estarão circulando muito no estado. Preciso do apoio da senhora para tenhamos o mesmo discurso, não dá para ter um discurso diverso. Em relação à Onda Roxa, para ter medidas mais restritivas primeiro a gente tem que ter condições mais graves da pandemia senão a sociedade não adere. O outro momento é precisamos ter o alinhamento entre as lideranças estaduais e municipais. Este alinhamento é fundamental, porque se não falarmos a mesmo língua lá na ponta o cidadão não sabe quem ele segue, se segue A ou B”, disse o secretário.

“Nós sempre estaremos buscando o consenso com os municípios e o que sempre peço é que os nosso discursos sejam os mesmos para que a população saiba como se portar. Se isso for feito os casos caem; isso a gente já está vendo no Triângulo Norte, no Noroeste. Os casos caindo as coisas vão voltando. Basicamente, a gente precisa muito desse alinhamento.

VACINAÇÃO

Quanto ao aumento de doses de vacinas para as cidades de Minas, o secretário explicou que há uma competição na indústria no mundo inteiro. “A indústria está com dificuldade de entregar, embora já tenha uma compra grande. Eu quero crer que agora que a Fiocruz está produzindo a vacina em território nacional teremos um volume grande de chegada de vacina, e aí sim, vamos avançar”.

Sobre as poucas enviadas a alguns municípios, disse que isso se justifica pela definição dos primeiros grupos a receberem o imunizante, que eram pequenos ou não existiam em algumas cidades.

“Os primeiros grupos eram bem definidos: idosos que estavam dentro de instituições. Então se o município não tinha isso, ele não receberia doses para isso. Eram deficientes em instituições, se não tinha não receberia doses para isso. Era a população indígena, se não tinha não receberia. Então, acabou que alguns municípios só receberam doses para aqueles grupos de profissionais da saúde que estavam cadastradas como linha de frente. Municípios menores tinham um grupo muito pequeno. Agora já muda. Estamos indo para a população acima de 90 anos, acima de 85 anos, acima de 80 e 75, que vamos atingir agora, então, passa a ser um percentual da sociedade local e a tendência é que seja mais homogênea esta distribuição”, explicou.

AÇÕES EMERGENCIAIS

Durante a apresentação na ALMG, o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, enumerou ainda as Ações Emergenciais que estão sendo adotadas pelo governo:

• Redução da geração de casos

• Articulação com as regiões objetivando o alinhamento das lideranças

• Orientação do rastreamento de contato com a APS

• Treinamento dos serviços de saúde

• Comunicação eficiente, coordenada e intensiva

• Atenção ao enfermo

• Ampliação de leitos à exaustão de RH e equipamentos

• Força-tarefa com áreas críticas

• Remoção sanitária

REGIONALIZAÇÃO

Amaral apontou ainda os avanços no eixo “Regionalização”, entre os quais salienta:

• Foco na Gestão Regional

• Implantação de 14 Comitês Macrorregionais COVID-19 com realização de 490 reuniões entre abril de 2020 a fevereiro de 2021

• Publicação de Edital de Emergência em Saúde Pública com 48 consórcios habilitados e 549 municípios contemplados

• Projeto Medicamento em Casa: 23.320 entregas realizadas, 6.976 pacientes atendidos e 30.327 medicamentos dispensados

• Implantação do monitoramento do Kit Intubação com fluxos de operacionalização

• Constituição das Unidades de Resposta Localizada (URL): grupo técnico de tratamento de demandas regionais da COVID-19 com rápido tempo-resposta

• Operação Logística de Distribuição de Vacinas COVID-19 para Unidades Regionais de Saúde e municípios em parceria com as Forças de Segurança e SUBVS

• Edital de credenciamento de consórcios intermunicipais de saúde para prestação de serviços de média complexidade ambulatorial (consultas e exames)

INVESTIMENTOS

Na área de investimentos, o secretário aponta as seguintes medidas adotadas pelo governo estadual:

 Aquisição de Kits Estaduais para Leitos de UTI → R$ 58.729.851,86

 Aquisição de Kits de Exames PCR → R$ 5.155.780,63

 Aquisição de EPI´S → ± R$ 51 Milhões

 Aquisição de Insumos para Vacinação Covid → ± R$ 35,15 Milhões

 Valores já repassados em 2021 aos municípios → R$ 115.262.477,98

PAGAMENTOS EFETIVADOS

OBJETO/NORMATIVA                                  VALOR DO PAGAMENTO (R$)

Custeio UTI COVID                                                     186.659.360,00

Auxílio Emergencial COVID                                                      86.026.249,55

Emendas Parlamentares Federais                                    21.149.621,00

PAGAMENTO DE PRODUÇÃO – Internações Clínicas COVID           7.083.113,94

Habilitação UTI COVID (Gestão Estadual) – Contratos     2.016.000,00

Habilitação Leitos de Suporte Ventilatório (Gestão

Estadual) – Contratos                                                                  71.808,00

Total                                                                                    303.006.152,49

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