IPATINGA – As Associações Comerciais e Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDL) de Ipatinga, Timóteo e Belo Oriente cobram ações efetivas do Estado no combate à covid-19, de maneira que que não culminem com o fechamento do comércio dos chamados segmentos não essenciais no Vale do Aço. As entidades acreditam que é necessário encontrar outros meios para reduzir a taxa de contágio do vírus e assim preservar a economia, além de promover campanha efetiva e eficaz de conscientização na sociedade.
Para o presidente da Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Prestação de Serviços de Ipatinga (Aciapi), Cláudio Zambaldi, o funcionamento dos estabelecimentos comerciais é imprescindível para o custeio dos compromissos com funcionários, fornecedores, impostos, taxas, aluguéis e demais despesas de um empreendimento. “Desde o dia 21 de março, toda cadeia produtiva de Ipatinga tem sido penalizada pela covid-19, mas mesmo assim, todos empresários, de forma unida, têm se esforçado para conscientizar a população a usar máscara, higienizar as mãos e evitar aglomeração nas ruas. Portanto, não podemos mais ser penalizados e não concordamos com a possibilidade de um novo fechamento do comércio sem ter uma ação efetiva do governo estadual, que ofereça recursos eficazes para o município combater o coronavírus. O que vem acontecendo é uma ação pouco eficaz, pois simplesmente fechar nossas portas não resolve o problema; ele é muito maior do que isso e passa por ação efetiva mesmo, que não é de maneira alguma impedir a atividade comercial”, afirmou Zambaldi.
DESEMPREGO
Segundo o presidente da CDL de Ipatinga, Amaury Gonçalves, é preciso lembrar que caso o comércio seja fechado novamente, haverá mais desemprego, o que traz graves e irreparáveis prejuízos à população. “Não podemos esquecer que trabalho é vida, e se a pessoa não tiver seu salário pago no mês, ela enfrentará sérios problemas, tendo dificuldades para pagar suas contas ou comprar alimento para dentro de sua casa. Isso é algo que uma pequena parcela privilegiada da população, que recebe sempre seus vencimentos em dia, talvez não sentirá na pele, mas grande parte dos trabalhadores da cidade depende do funcionamento do comércio para sobreviver. São milhares de empregos diretos e indiretos”, ressaltou.
INVESTIMENTOS EM SAÚDE
O presidente da Associação Comercial e Empresarial (ACE) e CDL de Timóteo, Heine Quintão, também acredita que não é necessário o fechamento do comércio, já que uma grave crise econômica pode ser pior que o próprio coronavírus.
“Se o Estado fizesse um investimento necessário nas Unidades de Terapia Intensiva dos municípios, teríamos melhores condições de lidar com a pandemia, ao invés de simplesmente fechar o comércio como forma de solucionar o problema. Portanto, temos um problema antigo na área da saúde que precisa ser resolvido com urgência pelo governo estadual”, salientou.
“NÃO SOMOS CULPADOS”
Já o presidente da ACE e CDL de Belo Oriente, Edison da Conceição, salientou que o comércio não pode ser culpado e penalizado pelo aumento do número de casos de covid-19 nos municípios, e que a suspensão das atividades comerciais não melhorará o cenário atual.
“A ACE e CDL de Belo Oriente, na qualidade de representantes da classe empresarial das cidades de Belo Oriente, Naque e Açucena, manifestam nossa total discordância com a política de suspensão das atividades comerciais. Isto tem penalizado diversos setores do comércio varejista de forma direta, imputando sobre os mesmos a responsabilidade pelos números crescentes de contaminados, que hoje nestes segmentos são minoria, em se comparando com os demais considerados essenciais. Nosso pedido para as autoridades competentes é que avaliem a situação e busquem alternativas que possibilitem a permanência das atividades destes setores, a fim de evitar que centenas de famílias percam o seu meio de sustento, e que mais empresas tenham que encerrar suas atividades”, pontuou.
UNIÃO
Dessa forma, as entidades envolvidas solicitam que o governo estadual promova ações efetivas na área da saúde, que é sua responsabilidade, de forma a manter o comércio aberto. Em razão de todas as questões citadas nas manifestações dos dirigentes das entidades, é fundamental que o governador e suas autoridades da área de saúde resolvam o problema do Vale do Aço com o envio de equipamentos e liberação de leitos, ao invés de impor aos municípios mais um período de fechamento. Para os dirigentes, ficou comprovadamente que essa iniciativa de impedir os muitos segmentos de funcionarem não se apresentou como solução, de vez que os casos da doença só aumentaram em toda região nesse período.