Acusado de ser o principal articulador do laranjal do PSL, Marcelo Álvaro Antônio foi uma das primeiras agendas do prefeito eleito Gustavo Nunes
BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já assinou a demissão do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, e ela deve ser publicada no Diário Oficial ainda nesta quarta-feira (9), segundo interlocutores do Planalto. Embora seja um dos principais articuladores do chamado “laranjal do PSL”, não foi o indiciamento e denúncia por falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa, que motivaram a demissão de Marcelo Álvaro Antônio. A decisão foi tomada após o ministro ter enviado uma mensagem num grupo interno do governo acusando o chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, de ser “traíra” e de negociar com o Congresso “a um preço altíssimo”.
AGENDA
Um encontro com o ex-ministro foi uma das primeiras agendas do prefeito eleito de Ipatinga, Gustavo Nunes. Ele e o vice, Allex Oliveira, se encontraram no último dia 25 em Brasília com o ex-ministro. Segundo o prefeito eleito, o encontro teve como objetivo tratar de investimentos para Ipatinga nas áreas do turismo e da cultura, que poderiam gerar empregos e desenvolvimento para a região do Vale do Aço. “A boa política é aquela que se faz com diálogo”, teria dito o ministro em suas redes sociais ao falar de Gustavo “e expressar apoio para fazer de Ipatinga uma cidade cada vez melhor”.
DEMISSÃO ASSINADA
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já assinou a demissão do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, e ela deve ser publicada no Diário Oficial ainda nesta quarta-feira (9), segundo interlocutores do Planalto. A decisão foi tomada após o ministro ter enviado uma mensagem num grupo interno do governo acusando o chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, de ser “traíra” e de negociar com o Congresso “a um preço altíssimo”. O teor da mensagem foi confirmado à coluna por dois ministros.
ALTO PREÇO
Ele diz ainda que Ramos não revela ao presidente “o ALTÍSSIMO PREÇO que tem custado as aprovações de certas matérias no Congresso. “Não temos uma base sólida no Congresso Nacional (tanto que o Sr pede minha cabeça pra tentar resolver as eleições do parlamento, ironia, pede minha cabeça pra suprir sua própria deficiência)…”, escreveu o ainda titular do Turismo.
TRAÍRA
Álvaro Antônio diz ainda que Ramos queria sua demissão. “O Sr. deveria ter aprendido na sua própria formação militar que não se joga um companheiro de guerra aos inimigos, não se pode atirar na cabeça de um aliado”, diz. Por fim, diz que Ramos “é exemplo de tudo que não quero me tornar na vida”. “Quero chegar ao fim da minha jornada EXATAMENTE como meus pais me ensinaram, LEAL aos meus companheiros e não um traíra como o senhor”. O ministro da Secretaria de Governo foi procurado para comentar o teor da mensagem, mas não quis comentar.
