segunda-feira, novembro 25, 2024
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Bolsonaro mente para si mesmo na ONU

(*) Fernando Benedito Jr.

O fato é que nem lendo, diga-se de passagem, muito mal, Bolsonaro consegue convencer alguém além dos que vivem no entorno de sua bolha assassina. O discurso na ONU é duro de ver não só pelo seu conteúdo político-eleitoral, mas, principalmente, mas pela carga de mentiras que o presidente brasileiro desenvolve do começo ao fim da leitura infantil que faz pelo teleprompter, ora dirigindo-se a uma câmera, ora a outra, tentando em vão imitar apresentadores de telejornal. É rídiculo em tudo.

Depois de mais 680 mil mortes pela covid-19, mais da metade por negligência com a pandemia e com a compra da vacina, rouba para si o mérito da vacina produzida no Brasil pelo Butantã e pelo governo João Doria, tenta se assenhorar do Auxílio Emergencial aprovado pelo Congresso (o governo Bolsonaro se negou fazê-lo e quando se dispôs a aceitá-lo, queria pagar uma miséria), diz que o País reduziu o desemprego, não tem inflação e que reduziu o preço do combústivel depois de castigar o povo brasileiro durante 3,5 anos com sua política anti-pobre, de devastação ambiental, mortes, violência e discurso de ódio.

Bolsonaro, mais uma vez usou o giro internacional, inclusive, o velório da rainha, para tentar se projetar politicamente e fazer campanha eleitoral, aliás, única coisa que fez desde que assumiu o governo. Definitivamente, só consegue revelar o que realmente é: um inútil e mentiroso.

Falou na ONU, onde não tem votos, dirigindo-se a seu público fiel e devoto, que também não amplia. Como o líder, os sectários da seita mítica não conseguem ver além do mesmo discurso surrado e repetido, das mesmas mentiras e das fake news propagadas de maneira insistente nas redes sociais.

Daí, não resta alternativa senão atacar o adversário principal e criticar as pesquisas de opinião. Oxalá, estejam certas estas pesquisas que dão vitória a Lula no 1º turno. Dará um basta antecipado às já previsíveis manifestações bolsonaristas de que as eleições foram fraudadas, que o voto eletrônico foi roubado, que o TSE contou errado na “sala secreta”, enfim…

Mas que vai ser duro tolerar esse sujeito fazendo política de terra arrasada até 1º de janeiro, isso vai.

(*) Fernando Benedito Jr. é editor do DP.

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