Pedro Duda Benedicto
Os policiais militares são um tanto quanto engraçados, a partir do momento em que reprimem outras categorias em greve, seja o movimento estudantil ou os movimentos sociais, eles afirmam que estão obedecendo a lei, a uma estrutura extremamente hierarquizada e militarizada. No entanto, quando sentem a situação favorável fazem greves e desrespeitam qualquer hierarquia.
Não dá mais para acreditar na falácia de que os PM’s são meros sujeitos passivos e estão de mãos atadas pela estrutura a qual fazem parte. Porque o que se vê é basicamente o contrário, eles burlam os próprios códigos de conduta e a Constituição, fazendo sempre prevalecer os seus interesses. Estão, geralmente, buscando através do seu discurso de autoridade e manipulação de evidências materiais, produzir legitimidade as suas ações. E, hoje, eles se veem com um certo amparo do governo de Jair Bolsonaro.
O estímulo a insurgência policial vindo de Brasília é um risco. De uma ponta a outra do País temos governadores negociando com gente armada, que ameaça, que atira em Senador, essa é a tônica. Tudo prossegue pro caos. Um estado policial sendo desenhado.
Em Minas, houve o murmurinho de que as ruas ficariam sem policiamento em pleno carnaval. Zema propôs um reajuste de 41% aos policiais. Mas onde passa boi, passa boiada. Na Assembleia foi aprovado o reajuste para servidores de outras 13 carreiras.
O resultado da ação do governador mineiro é basicamente o efeito dominó nos outros estados. A polícia do Ceará está amotinada e aterrorizando a população por aumento. Vem mais por aí. Bolsonaro é presidente e sempre atuou a favor das polícias. Ele também é responsável por isso.
