sexta-feira, dezembro 13, 2024
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Alê Garcia: um dos 20 creators negros mais inovadores do país

Em novo livro, escritor finalista do Prêmio Jabuti conta histórias inéditas do próprio passado e homenageia heróis brasileiros e internacionais

SÃO PAULO – Escritor finalista do Prêmio Jabuti, palestrante, criador do podcast “Negro da Semana”, apresentador do Omelete e um dos 20 creators negros mais inovadores do país, segundo a Forbes. Alê Garcia brinda os leitores com Negros Gigantes, um mergulho na vida do autor e na de personalidades que o inspiram e empoderam. São histórias marcadas pelo colonialismo enraizado, insistente em querer determinar onde ele devia ou não estar e o que cabia ou não realizar.

GIGANTES

Os gigantes retratados na obra lançada pela VR Editora, selo Latitude, assumiram os próprios tronos e venceram preconceitos. “Eles mostraram como os negros podem ser protagonistas e que todos temos lugares a ocupar”, afirma Alê. Entre heróis e heroínas perfilados estão Lázaro Ramos, Elza Soares, Mano Brown, Martin Luther King, Chadwick Boseman, Emicida, entre outros.

INFÂNCIA EM POA

A infância na periferia de Porto Alegre está entre as histórias que Alê conta sobre o passado. A Restinga, bairro da capital gaúcha, foi criado nos anos 1970 para “abrigar e tornar invisíveis mulheres e homens negros que vinham do interior”.

Felizmente, na década de 1980 e nas seguintes, a comunidade da Restinga se organizou e se projetou para um lugar muito distante disso. Tornou-se uma das comunidades essencialmente negras mais importantes do Brasil. […] Reduto da resistência política, de líderes locais que influenciaram e influenciam as eleições municipais. Um exemplo de autossuficiência, empoderamento e evolução. E foi nesse lugar, entre livros, discos e amigos, que forjei parte fundamental de quem sou.

(Negros Gigantes, p. 16 e 17)

PREFÁCIO

Negros Gigantes conta com prefácio do escritor Paulo Scott, vencedor do prêmio Machado de Assis, APCA e finalista do prêmio São Paulo de Literatura, entre outros, que afirma “Este livro é descomunal, é sensível, acessível, necessário. Este livro é um feito. (…) Temos aqui um marco da literatura não-ficcional.” Quem também endossa a obra é Rodrigo França, uma das principais referências de ativismo pelos direitos civis, sociais e políticos da população negra no Brasil. “Alê se olha no espelho e se enxerga nos seus e nas suas, principalmente na potência. (…) Nosso autor nos convida, com muita generosidade, a sermos leões protagonistas da nossa própria história, porque modelos para nos inspirar nós temos. E muitos!”, afirma o cientista social, filósofo, dramaturgo e escritor.

FORÇA NARRATIVA

“É preciso nunca esquecer a força que as narrativas têm. Quantas mensagens já recebi de ouvintes, emocionados com as histórias que conto no podcast Negro da Semana? Do menino da periferia feliz ao saber que, por causa da música, Sabotage saiu da criminalidade. Da senhora de idade incrédula com a vida sofrida que Elza Soares teve até se tornar uma das cem maiores vozes do mundo. O processo de escrita deste livro, não posso negar, foi mais doloroso do que imaginei. Pois foi um mergulho em lembranças duras demais, vividas por um Alê então criança. Afinal, qual a idade aceitável para um garoto negro descobrir que provoca aversão?” Alê Garcia, sobre Negros Gigantes

O AUTOR

Escritor, criador de conteúdo, palestrante, apresentador e publicitário, Alê Garcia é um dos 20 creators negros mais inovadores do país, segundo a revista Forbes. Com seu livro de estreia, “A sordidez das pequenas coisas”, foi finalista do Prêmio Jabuti, em 2011, e um dos vencedores do Prêmio Fundação Biblioteca Nacional. É criador do podcast “Negro da Semana”, já patrocinado por marcas como Bradesco, Leroy Merlin e Nívea, e de um canal no YouTube focado em cultura negra, apresentando em ambos a trajetória de grandes personalidades, momentos históricos e produções do cinema, séries, literatura e música. Em 2021, lançou o podcast “Drive Your Funky Soul”, narrativa em doze episódios sobre a black music, e a plataforma de cultura negra casablack. No mesmo ano, também co-criou, roteirizou e dirigiu o “Prêmio Potências!”, com a agência Mynd, para exaltar grandes realizadores negros.

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