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Aldeias indígenas recebem mais de mil exemplares da obra “Arte Iny Karajá”

Foto: Iphan-TO faz entrega dos exemplares da obra “Arte Iny Karajá Patrimônio Cultural do Brasil” em São Félix do Araguaia (MT). Crédito: Iphan-TO

Produzido com a participação dos próprios indígenas, o livro apresenta temas que abordam a cultura das aldeias karajá

Escolas estaduais indígenas localizadas nos estados de Tocantins, Pará e Mato Grosso receberam do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Tocantins (Iphan-TO) mais de mil exemplares da obra “Arte Iny Karajá Patrimônio Cultural do Brasil”. Realizada entre os dias 27 e 28 de setembro, a entrega dos livros faz parte do conjunto de ações de salvaguarda que visa a valorização, difusão e promoção dos bens culturais do povo indígena.

A publicação é resultado de uma parceria entre o Iphan e as aldeias karajá, por meio de um convênio com a Fundação de Apoio à Pesquisa (FUNAPE) e com o Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás (UFG).  Também serão realizadas oficinas virtuais com os professores indígenas para que, a partir disso, o livro seja utilizado em ações educativas com os alunos da comunidade karajá.

“É muito importante destacar: mais que a distribuição dos exemplares às aldeias indígenas, o projeto é uma devolutiva para comunidade karajá que participou de todo processo de elaboração do livro”, explicou a superintendente do Iphan-TO, Cejane Pacini. “Sabemos que devolver algo a uma comunidade é algo singular, que envolve muitos agentes e colaboradores. Além disso, as ações de educação patrimonial ocorrerão junto com os professores indígenas”, completou a superintendente.

A distribuição do exemplar começou pelo estado de Goiás no início de setembro. A escola estadual indígena Maurehi, localizada em Aruanã (GO), recebeu 141 exemplares da superintendência do Iphan-GO.

Como um meio de valorizar e promover a cultura, a arte e os mitos do povo indígena Karajá, assim como sua língua materna, denominada Inyrybè, a iniciativa faz parte das ações de salvaguarda de dois bens registrados como Patrimônio Cultural do Brasil desde 2012. O primeiro é intitulado “Ritxoko, Expressão Artística e Cosmológica do Povo Karajá”, inscrito no livro das formas de Expressão; o segundo são os “Saberes e Práticas Associados ao Modo de Fazer Bonecas Karajá”, inscrito no livro dos Saberes.

CAPA DO LIVRO

Composta por quatro capítulos, a publicação Arte Iny Karajá Patrimônio Cultural do Brasil, elaborada pelos próprios indígenas, apresenta temas que abordam a divulgação da cultura indígena de sete aldeias karajá – as celebrações e rituais; os ofícios, saberes e modos de fazer ritxoko (bonecas karajá); e os seus locais de habitação. As aldeias se estendem pelos estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Pará.

Produzidas na língua materna karajá e em português, as narrativas trazem os mitos e as histórias, que são ilustradas por meio de desenhos feitos e pintados pelas crianças indígenas, acompanhadas de professores das escolas locais.

O livro é resultado do projeto “Bonecas de Cerâmica Karajá como Patrimônio Cultural do Brasil: Contribuições para a sua Salvaguarda”, que trabalhou ações de promoção da cultura indígena, seguido da formação de gestores nas comunidades, com o foco no gerenciamento dos bens culturais. Também buscou-se promover o intercâmbio e a troca de saberes entre as comunidades Karajá, com diversas atividades, como a realização de oficinas de capacitação e, por fim, o fortalecimento da língua Inyrybè, que resultou no livro bilíngue.

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