(*) Natália Littig
Considerando a redução das taxas de transmissão de COVID no mundo, os especialistas tem inclusive defendido o relaxamento do uso de máscaras em locais abertos. Contudo, no que diz respeito aos locais fechados, é preciso ainda muita cautela.
Os especialistas recomendam que esse relaxamento deve estar atrelado a alguns indicadores e outras exigências. Além da reduzida taxa de transmissão, recomenda-se que o acesso sem máscara a locais fechados, seja dado apenas mediante a comprovação da vacinação. Além disso, é essencial que se tenha altas coberturas vacinais de pelo menos 70%.
No que diz respeito ao município de Ipatinga, quando analisamos a cobertura da vacina COVID em maiores de 18 anos, os dados do painel de vacinação do Estado de Minas Gerais mostram que a cobertura é de 81,29% para primeira dose. Mas em imunização, somente consideramos protegidos aqueles que tomaram todas as doses indicadas para uma vacina, e nesse sentido o município ainda tem um longo caminho a percorrer, pois entre maiores de 18 anos apenas 34,88% tomaram todas as doses indicadas, ou seja, inclusive dose de reforço.
Então diante de tal relaxamento autorizado pelo Prefeito Municipal Gustavo Nunes, cabe pensar que tal decisão é de grande prematuridade, e fruto de uma ansiedade que nos faz crer que a real utilidade de tal mudança nas normas, pode estar relacionada não a segurança sanitária, mas sim, em agradar a uma fatia de seu eleitorado.
(*) Natália Littig é enfermeira epidemiologista.
