(*) Fernando Benedito Jr.
Quem ainda não percebeu como o governo brasileiro é capaz de promover um genocídio ou um infanticídio é só ir observando as atitudes protelatórias de Bolsonaro e seus lambe-botas. A mesma inação que está sendo feita agora para dificultar a decisão científica da Anvisa de vacinar crianças de 5 a 11 anos, foi a que provocou a morte de milhões de brasileiros até que a ficha caísse e o governo percebesse que o País estava sendo atingido por uma pandemia mortal que já havia ceifado milhares de vidas. Só então começaram se movimentar para garantir a vacina. Para milhares de pessoas já era tarde demais.
Mais de 615 milhões de mortos depois, a ignorância do presidente continua a mesma e os seus ministros, lógico, o acompanham no negacionismo letárgico e letal.
Não bastasse a atitude criminosa de querer incitar a ira de seus seguidores fascistas contra os técnicos da Anvisa que decidiram pela vacinação das crianças, Jair Bolsonaro continua insistindo que a vacina não tem eficácia, assim como o distanciamneto social e o uso de máscaras. Bolsonaro foi amplamente derrotado pela vontade popular que, mesmo diante de todo o discurso anti-vacina, acorreu aos postos de vacinação e procurou se imunizar com a 1ª, 2ª e 3ª doses. Sua narrativa ignorante só teve eco entre alguns outros tão ignorantes quanto, muitos dos quais não estão mais aqui para insistir no negacionismo.
Agora, mesmo após pesquisas com grupos de crianças que tomaram a vacina contra covid-19, mesmo após estudos e experiências envolvendo cidades inteiras, mesmo diante da evidente queda no número de casos, de óbitos e da redução da pressão sobre o sistema de saúde, o governo, Bolsonaro, à frente, insiste em dificultar a vacinação das crianças brasileiras.
A dúvida se espalha entre muitos pais e mães que ainda acham que o presidente da República sabe muitas coisas. E acabam colocando os filhos em risco.
É sabido que as crianças são mais resistentes ao coronavírus. Ainda assim são muitos os casos de crianças que pereceram vítimas da covid-19. Além disso, a cada dia surgem novas variantes cujo comportamento sobre o organismo de adultos e crianças ainda é desconhecido. Portanto, quanto mais precauções forem tomadas e quanto menos o coronavírus e suas variantes circularem, melhor.
(*) Fernando Benedito Jr. é editor do Diário Popular.
