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Vale do Aço é região de ocorrência da febre maculosa, informa SES

Informe da Secretaria de Saúde diz que doença é sazonal e ocorre entre abril a outubro com mais destaque em Minas nas regiões Centro, Vale do Aço, Leste e Leste do Sul; SES esclarece sobre sintomas, prevenção e tratamento

BELO HORIZONTE – A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou nesta quinta-feira (15) que a Febre Maculosa é uma doença endêmica no Estado e que o número de casos registrados até o momento está dentro do esperado para o período. Embora casos de Febre Maculosa possam ocorrer durante todo o ano, trata-se de uma doença sazonal. Verifica-se que a maior frequência é registrada no período de seca, especialmente entre os meses de abril a outubro.

CASOS

Ainda conforme a Secretaria de Saúde, os casos de Febre Maculosa são registrados em todas as regiões do Estado, com destaque para as Macrorregiões de Saúde Centro, Vale do Aço, Leste e Leste do Sul. Em 2023, foram confirmados 9 (nove) casos, dos quais 2 (dois) evoluíram a óbito. Os óbitos confirmados são de duas pessoas do sexo masculino, de 28 e 54 anos, respectivamente, ambos residentes de Manhuaçu-MG.

A SES-MG destaca que atua continuamente em todo o território por meio do monitoramento/vigilância de casos humanos suspeitos e confirmados da doença; vigilância ambiental de áreas de risco; divulgação de notas informativas e materiais orientativos/educativos aos municípios e na realização de cursos e treinamentos para profissionais de saúde.

O QUE É

A Febre Maculosa é uma doença febril aguda, de gravidade variável, que pode cursar com formas leves e atípicas, até formas graves, com elevada taxa de letalidade. A doença é causada por bactérias do gênero Rickettsia e transmitida pela picada de carrapatos infectados. Em Minas Gerais, os principais vetores e reservatórios da doença são os carrapatos do gênero Amblyomma (Amblyomma sculptum), também conhecidos como “carrapato estrela”, “carrapato de cavalo” ou “rodoleiro”. Já o agente etiológico mais frequente é a bactéria Rickettsia rickettsii, responsável por produzir os casos mais graves da doença, aqui denominada Febre Maculosa Brasileira (FMB).

Os equídeos, canídeos, roedores como a capivara e marsupiais como o gambá têm importante participação no ciclo de transmissão da febre maculosa, podendo atuar como amplificadores de riquétsias e/ou como transportadores de carrapatos potencialmente infectados.

SINTOMAS

Os principais sintomas da febre maculosa são: febre, dor de cabeça intensa, náuseas e vômitos, diarreia e dor abdominal, dor muscular constante, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés, gangrena nos dedos e orelhas, paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões causando parada respiratória.

Além disso, com a evolução da doença é comum o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas que podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés. Embora seja o sinal clínico mais importante, as manchas vermelhas podem estar ausentes, o que pode dificultar e/ou retardar o diagnóstico e o tratamento, determinando uma maior letalidade.

TRATAMENTO

O tratamento da FMB é realizado com antibióticos, e deve ser iniciado de forma precoce, nas fases iniciais da doença, como forma de evitar óbitos e complicações. O sucesso do tratamento está diretamente relacionado à precocidade de sua introdução e à especificidade do antimicrobiano prescrito.

Se não tratado, o paciente pode evoluir para um estágio de apatia e confusão mental, com frequentes alterações psicomotoras, chegando ao coma profundo

DIAGNÓSTICO

É importante destacar que, em caso de surgimento de sintomas com histórico de mordedura por carrapato, o paciente deve procurar orientação médica imediatamente para diagnóstico e início precoce do tratamento.

A confirmação de caso suspeito pode ser feita por exame laboratorial.

SAZONALIDADE

Embora casos de FMB possam ocorrer durante todo o ano, trata-se de uma doença sazonal. Verifica-se que a maior frequência de casos é registrada no período de seca, especialmente entre os meses de abril a outubro.

Nesse período ocorre a predominância das formas de larva e ninfa do carrapato no ambiente; tratam-se de formas muito pequenas e de difícil visualização, que tendem a permanecer mais tempo aderidas ao corpo dos indivíduos sem serem percebidas, o que facilita a infecção pela bactéria causadora da doença.

PREVENÇÃO

As principais medidas preventivas na febre maculosa são aquelas voltadas às ações educativas, com vistas à orientação da população sobre as características clínicas da doença, unidades de saúde e serviços para atendimento, importância do diagnóstico e tratamento oportunos, áreas de risco e ciclo do vetor. Para áreas de conhecida infestação por carrapatos ou sob risco de ocorrência de casos recomenda-se:

• Uso de repelentes à base da substância Icaridina, que são eficazes na prevenção de picadas por carrapatos;

• Uso de roupas de cor clara, vestimentas longas, calçados fechados (preferencialmente com meias brancas e de cano longo);

• Uso de equipamentos de proteção individual nas atividades ocupacionais (capina e limpeza de pastos);

• Evitar se sentar e deitar em gramados em atividades de lazer como caminhadas, piqueniques, pescarias etc;

• Examinar o corpo periodicamente, tendo em vista que quanto mais rápido o carrapato for retirado do corpo, menor a chance de infecção;

• Se verificados carrapatos no corpo, retirá-los com leves torções e com o auxílio de pinça, evitando o contato com unhas e o esmagamento do animal;

• Utilização periódica de carrapaticidas em cães, cavalos e bois, conforme recomendações de profissional médico veterinário;

• Limpeza e capina periódica de áreas de vegetação passíveis de cuidados.

HISTÓRICO EPIDEMIOLÓGICO MG

No período de 2018 a 2022 foram confirmados 190 casos da doença no Estado e 62 óbitos. A taxa de letalidade média da doença para o período foi de aproximadamente 33%.

As faixas etárias mais acometidas estão compreendidas entre 41 a 60 anos, com 72 casos confirmados no período de 2018 a 2022; na população infantil (faixa etária até 10 anos), foram registrados 28 casos confirmados

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