Cidades

SindUTE rechaça atos que defendem retorno às aulas em meio à pandemia

IPATINGA – O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (SindUTE), Subsede de Ipatinga, manifestou ontem seu repúdio as iniciativas que conclamam o retorno às aulas presenciais na cidade em meio ao aumento dos casos de óbitos e contágios. O município totaliza 341 mortes por covid-19 e já acendeu o alerta por causa da alta taxa de ocupação dos leitos de UTI. O SindUTE também cobra a publicação imediata do protocolo de biossegurança elaborado conjuntamente por vários setores da sociedade ipatinguense, que estabelece os parâmetros para retorno às aulas somente quando se verificar cientificamente a redução do contágio e com garantia de segurança para alunos e trabalhadores (as) em educação.

CARREATA NEGACIONISTA

O posicionamento do SindUTE foi adotado em razão da convocação de uma carreata neste sábado pleiteando o retorno das aulas presenciais. “A convocação destas ‘carreatas  negacionistas’ é uma atitude profundamente  inconsequente e encontra respaldo somente em ações  irresponsáveis do presidente da República, que promove e incentiva aglomerações e adota posturas que não cuidam da proteção contra o vírus. Tem relação com a postura do ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello que chega ao absurdo de debochar da situação, recusando-se a anunciar um plano de vacinação e uma data de início, dizendo que ocorrerá no dia “D” e hora “H”.

Além disso, essas iniciativas entram em choque com o que vem ocorrendo no cenário internacional. No Reino Unido, por exemplo, o primeiro ministro Boris Johnson, antes totalmente favorável a manter as escolas abertas, reviu esse posicionamento frente ao novo quadro. Na Alemanha, também, os cuidados são redobrados. Aqui no Brasil, um triste exemplo em sentido contrário é o estado do Amazonas, sobretudo a capital, Manaus, cujas escolas foram reabertas e hoje enfrenta um quadro dramático, com hospitais e UTIs lotadas e ampliação do número de mortes.

“Aqui mesmo em Ipatinga, o número de óbitos está aumentando assustadoramente e as vagas em UTIs também estão ficando escassas”, disse a diretora do SindUTE, Isaura Azevedo.

Segundo ela, é preciso ser sensato neste momento, quando a possibilidade de uma vacina está cada vez mais perto e aguardar até que a imunização esteja disponível a todos e todas.  “O mais importante neste momento é que o prefeito municipal publique o Protocolo de Biossegurança e defina o plano de retorno seguro às aulas em 2021. Qualquer outra medida que não seja neste sentido só vai piorar a situação e contribuir para aumentar os níveis de contágio e óbitos na cidade”, concluiu.

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