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Ipatinga terá desfile inspirado na ordem e disciplina militar

IPATINGA – Com uma proposta de ordem e disciplina, como nos tempos do regime militar, a Prefeitura de Ipatinga diz que o 7 de setembro na cidade será diferente daqueles de anos anteriores, “tratado como algo de menor importância nos últimos seis anos e, durante todo este período, alijado das comemorações do Dia da Independência, embora seja uma tradição de várias gerações”.
O governo prevê que “milhares de pessoas sejam atraídas ao Parque Ipanema, o principal cartão de visitas da cidade, para acompanhar a parada cívica organizada pelo novo governo municipal, com início previsto para as 9h”.
Estão inscritas para marchar pela avenida Roberto Burle Marx mais de 40 escolas municipais de educação infantil e ensino fundamental, e elas formam o maior contingente de pelotões a se exibir no trajeto separado para a solenidade.

DIA DA USURPAÇÃO
O desfile começa logo após a cerimônia de reabertura da avenida Maanaim, como um coroamento da usurpação que o prefeito Sebastião Quintão tenta fazer de uma obra pública, como se fosse de sua gestão, quando na verdade fez apenas retoques, detalhes de paisagismo e asfaltamento de trechos que já estavam previsto nos projetos iniciais de infraestrutura, com licitações e desapropriações feitas e recursos em conta captados pelo governo anterior. O início do desfile após a reabertura da via tem mais um efeito de marketing, já que a mobilização do público para as atividades cívico-patrióticas vai possibilitar que o governo mostre a um maior número de pessoas “a sua” grande obra. Só para fazer a “maquiagem”, a administração demorou mais de 6 meses, penalizando a população que poderia estar utilizando a avenida neste período.

DETERMINAÇÃO

Segundo governo municipal, “o 7 de Setembro ipatinguense é também parte de uma política de valorização da ordem e da disciplina implementada pela atual administração municipal especialmente nos espaços geridos pelo poder público”. Por determinação do prefeito Sebastião Quintão, um dos primeiros atos nesse sentido foi a instituição do chamado Momento Cívico no parlatório da Praça dos Três Poderes, que reúne predominantemente estudantes, autoridades, populares e funcionários em início de expediente, a cada manhã, de segunda a sexta-feira.

 

7 de Setembro também
será marcado por protestos

Mas nem só de patriotada será o 7 de setembro em Ipatinga. Os movimentos sociais também vão realizar a manifestação do Grito dos Excluídos 2017 convidando a população a refletir sobre a necessidade de lutar por direitos e pela democracia. A concentração está marcada para a praça do bairro Esperança, às 9h, seguida de caminhada até a praça do bairro Bom Jardim. O encerramento está previsto para as 12h.
O tema do evento, não poderia estar melhor contextualizado com o momento político vivido pelo País. Em tempos de usurpação de obras, direitos e da democracia, o debate denuncia a estrutura agressiva e excludente da sociedade e a perda de direitos dos trabalhadores, enfatizando a importância da mobilização permanente em defesa das conquistas sociais.
O ato acontece em todo o País e é construído pelos movimentos populares, sociais, sindicais, organizações civis e diversas denominações religiosas. O 7 de Setembro é a data escolhida para questionar o padrão de independência alcançado pelo povo brasileiro, constituindo-se o Grito um espaço de participação livre e popular para denunciar qualquer forma de exclusão e discriminação social enfrentada pelo povo brasileiro.
O evento envolve todo o Vale do Aço, incluindo João Monlevade e Itabira, e este ano acontece em Ipatinga, na Paróquia São Geraldo Majela.

 

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