Cidades

Ipatinga promove higienização e desinfecção de áreas públicas

Focos principais são áreas de maior concentração de moradores em situação de rua

IPATINGA – Num trabalho conjunto de servidores de diversas secretarias municipais, a Prefeitura de Ipatinga iniciou, às sete horas da manhã desta quinta-feira (30), a higienização e desinfecção de áreas públicas na região central da cidade – como a praça Caratinga e a rua Belo Horizonte – e no bairro Bom Retiro. A ação conta com o apoio da Polícia Militar, tendo como foco principal pontos com concentração de moradores em situação de rua.

A pulverização dos locais parte de uma recomendação da Vigilância Sanitária do município, que detectou condições de insalubridade e risco tanto para os moradores quanto para toda a sociedade. Em paralelo com a aplicação de quaternário de amônia, os agentes realizam a limpeza das áreas, com o recolhimento de entulhos acumulados.

SITUAÇÃO PRECÁRIA

A prefeitura adianta que continuará realizando ações no mesmo sentido durante toda a semana. A medida é mais um importante passo para conter as contaminações por Coronavírus, tendo em vista as precárias circunstâncias sanitárias que envolvem a população em situação de maior vulnerabilidade.

Neste período de pandemia, em especial, devem ser evitadas as aglomerações. Desta forma, como já vinha ocorrendo, servidores da Secretaria de Assistência Social orientam os moradores em situação de rua sobre o ponto de acolhimento disponível para pernoite. O Albergue Municipal conta atualmente com 50 vagas, e lá são oferecidas alimentação e condições de higiene e humanização. Apesar desta estrutura montada para acolher esse segmento da população, durante todo ano de 2020, até o momento, o local não atingiu lotação máxima um dia sequer.

POPULAÇÃO DE RUA

Conforme levantamentos, hoje Ipatinga tem uma população de mais de 300 moradores em situação de rua. Esse número cresceu nos últimos meses, em decorrência da pandemia. Antes, o total era de cerca de 180. Entre os fatores determinantes para essa multiplicação está o fato de o Ceresp ter se tornado exclusivamente um centro de remanejamento de presos em flagrante delito. Após o recebimento de alvará de soltura, muitos dos ex-detentos acabam não retornando para a cidade de origem, passando a viver nas ruas. A Administração do município já notificou o Estado para que possa tomar medidas para resolução do problema.

REDE DE CUIDADOS

Em Ipatinga existem várias frentes de proteção e cuidados assistenciais aos moradores em situação de rua. Uma delas é o programa ‘Consultório na Rua’, por meio do qual, de forma itinerante, profissionais realizam o acompanhamento dos indivíduos e. quando necessário, desenvolvem ações em parceria com as equipes das Unidades Básicas de Saúde de cada território.

Além do albergue, que oferece serviços de acolhimento, existe o Centro POP, para recebimento durante o dia de pessoas que, na maioria das vezes, possuem seus vínculos familiares fragilizados ou rompidos, não têm moradia convencional regular e se encontram em situação de pobreza extrema. Ali são utilizados serviços como banho, refeição, lavanderia, sanitários, emissão de documentos e atendimentos psicossociais. Alguns usuários precisam de acolhimento, outros de encaminhamento e existem aqueles que necessitam de um local para comer, se higienizar e permanecer durante um tempo. Por isso, a equipe, composta por educadores sociais, psicólogos e agentes sociais, faz um filtro para garantir que todos tenham acesso a seus direitos.

CAUSAS

De acordo com pesquisa recente, as principais razões para estas pessoas estarem na rua são: Alcoolismo/droga – 35,5%; Desemprego – 29,8%; Desavenças com pai/mãe/irmãos – 29,1%; Os 3 motivos anteriores – 78%.

Em média, 48,4% têm tempo de permanência na rua superior a dois anos e 30%, cinco anos.

Atualmente, cerca de 140 desses moradores que circulam pela cidade são assistidos pelo programa ‘Bolsa Família’ e também estão recebendo o auxílio emergencial do Governo Federal.

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