Yanomamis participam de formação sobre diagnóstico de malária realizada pela OIM.
Foto: © OIM
(ONU) – A Agência da ONU para as Migrações (OIM) em colaboração com o Distrito sanitário especial indígena (DSEI) e o Laboratório Central de Saúde Pública do Brasil (LACEN) realizou uma formação sobre diagnóstico de malária para 28 membros de comunidades Yanomamis.
Ao final do treinamento agentes indígenas de saúde (AIS) de Xihopi, parte da comunidade Yanomami, foram certificados como microscopistas.
“Meu sonho é que nossos jovens alunos estejam totalmente capacitados. Nossa luta tem sido para que os Yanomami sejam reconhecidos pela inteligência técnica que possuem”, disse o líder indígena Yanomami, Dário Kopenawa. “Passei 15 anos lutando por eles”, conta.
A capacitação dos Agentes Indígenas de Saúde (AIS) na prevenção de doenças é fundamental, pois, nos últimos anos, as doenças frequentes no território levaram a um alto índice de morbimortalidade entre as comunidades indígenas. A formação abordou tópicos como leitura de lâminas e diagnóstico de malária, além de orientações sobre o uso do microscópio.
A OIM forneceu cartilhas sobre a malária produzidas pelo Ministério da Saúde para uso no exame de avaliação do LACEN, garantindo a certificação no local para os membros da comunidade de Xihupi.
CONTEÚDO
A formação abordou tópicos como leitura de lâminas e diagnóstico de malária, além de orientações sobre o uso do microscópio.
Legenda: A formação abordou tópicos como leitura de lâminas e diagnóstico de malária, além de orientações sobre o uso do microscópio.
“Ter alguém da própria comunidade capacitado para examinar lâminas de malária e fazer o diagnóstico é o que pode ajudar os Yanomami a cuidarem de si mesmos”, explica o médico da OIM, Luiz Otávio.
Segundo a psicóloga da OIM, Nicole Cruz, a partir do momento em que há um microscopista formado na comunidade, o combate à malária torna-se mais eficaz, pois o acesso ao diagnóstico é facilitado. Além dos módulos de formação técnica, a OIM organizou aulas de português e matemática para que os alunos pudessem fortalecer suas habilidades gerais como futuros microscopistas.
“Através desta formação, poderemos observar a doença e ajudar a nossa comunidade. Por isso, estou fazendo o curso de microscopista”, explica Abraão, um dos alunos.
COVID-19
Desde 2021, a OIM trabalha em estreita colaboração com o DSEI Yanomami do Ministério da Saúde, a Hutukara Associação Yanomami (HAY) e as comunidades indígenas para treiná-los sobre ferramentas de prevenção da malária e da COVID-19, desenvolvendo suas capacidades de responder a crises de saúde.
As atividades de prevenção à COVID-19 da OIM se estenderam às comunidades brasileiras ribeirinhas e indígenas de Roraima, Amazonas e Pará – áreas mais vulneráveis ao vírus.
Uma das medidas adotadas pelos Yanomami para evitar a disseminação da COVID-19 em suas comunidades foi reforçar o isolamento dos infectados. “Segundo membros da comunidade, para evitar que a doença afetasse os mais vulneráveis, como os idosos, os doentes ficaram nas partes mais isoladas da floresta”, explica a psicóloga da OIM.
Módulos complementares de formação sobre prevenção da COVID-19 foram organizados para a comunidade com o objetivo de fornecer informações atualizadas sobre a atual pandemia de COVID-19, medidas de prevenção e opções de vacinação para a população – considerada um grupo de alto risco para COVID-19 devido ao seu afastamento e acesso desafiador aos serviços de saúde.