Numa disputa acirradíssima como nunca se viu no País após a redemocratização, o ex-presidente Lula (PT) venceu a disputa eleitoral contra o presidente da extrema-direita Jair Bolsonaro (PL). A vitória de Lula, apesar do grande apoio eleitoral ao adversário, coloca fim a um dos períodos mais lastimáveis da história do Brasil, marcado pela propagação do discurso do ódio, pelo estímulo ao armamentismo e à violência contra negros, indígenas, mulheres e pela intolerância em todos os níveis, inclusive religiosa.
Durante os quase quatro anos de Bolsonaro no poder, o Brasil tornou-se um País dividido. Os ataques contra as instituições democráticas e aos princípios caros a uma grande parcela da sociedade que lutou pela democracia e por sua consolidação após o regime militar, tornaram-se uma constante quase diária.
O desprezo pelos princípios democráticos, atingiram seu ápice também e concomitantemente às reiteradas manifestações de desrespeito à vida, aos direitos humanos mais elementares, à negação da ciência – que se resumiu no desprezo pela vacina durante a pandemia do novo coronavírus e resultou na morte de quase 700 mil pessoas.
O sucateamento da educação, da saúde, da ciência e da cultura foi a marcada registrada de um governo incapaz de tocar uma obra significativa no País. Foi incapaz de fazer a ponte física ligando cidades e atravessando rios; e a ponte abstrata que conduzisse o Brasil a qualquer lugar.
Ao mesmo tempo em que acenava ao povo com o discurso de ódio, estimulava a violência e o armamentismo, o presidente e seu governo manipulavam igrejas e fiéis com um discurso hipócrita e mentiroso das pautas conservadoras. Foi daí ao assédio eleitoral nas igrejas e na sua utilização para fins político-eleitorais.
Nas relações exteriores, colocou o Brasil como um pária internacional. Enquanto pode, lambeu as botas de Donald Trump, o criador das políticas e discursos que o atual governo buscou reproduzir no Brasil. Com a derrota de seu único aliado externo, caiu no isolamento total e absoluto.
Acabou-se esse tempo no Brasil.