Policia

Vereadora propõe audiência para debater situação da Usiminas

IPATINGA – A vereadora Lene Teixeira (PT) recebeu em seu gabinete, nesta sexta-feira (27), Osamu Nakagawa, executivo do grupo Nippon Steel, um dos acionistas majoritários da Usiminas. Ele recebeu um convite para participar de audiência pública, a ser proposta pela vereadora, com o propósito de debater a relação da Nippon Steel com o município de Ipatinga.
Acompanhado da tradutora do grupo japonês de empreendimentos siderúrgicos, Nakagawa conversou com a vereadora sobre a atual situação de conflito entre os acionistas da Usiminas e entregou a ela um comunicado feito recentemente pela empresa e direcionado ao mercado financeiro. O documento tem como objetivo atender à solicitação de esclarecimentos, feita à Usiminas, pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Osamu Nakagawa explicou que o comunicado trata da proposta de gestão compartilhada feita pela Nippon Steel ao grupo argentino Techint/Ternium, na qual os executivos Romel Erwin de Souza e Sérgio Leite se alternariam no comando da Usiminas e na presidência do Conselho de Administração. O objetivo seria encerrar a disputa, que inclusive encontra-se na Justiça, pelo comando da siderúrgica ipatinguense.
O documento afirma que a Techin/Ternium rejeitou “pronta e essencialmente” a proposta, insistindo em adotar um mecanismo de resolução de impasses antes que as duas companhias começassem as discussões. Segundo a proposta do grupo japonês, no primeiro período da alternância de gestão, o CEO da Usiminas seria Sérgio Leite, que tem a preferência dos argentinos, enquanto Romel Erwin ocuparia a presidência do Conselho de Administração.
Conforme a Nippon Steel informou ao mercado financeiro, o mecanismo de resolução de impasses proposto pela Techint/Ternium seria conhecido como “roleta russa”. Ele funcionaria da seguinte maneira: “aquele dos sócios que oferece o preço por ação mais alto que o outro adquiriria as ações detidas pelo outro sócio”.
“Com tal mecanismo de resolução de impasses em vigor, o preço de aquisição ofertado certamente seria bem maior do que o preço de mercado das ações à época. Como resultado, o sócio vendedor poderia sair da companhia vendendo ações a um valor muito maior do que aquele pelo qual os demais acionistas poderiam vender no mercado”, alega o grupo japonês no documento enviado à CVM.
Para a Nippon Steel, o sócio comprador passaria a priorizar a recuperação desse enorme investimento de maneira que não seria benéfica para a ninguém, nem Usiminas, acionistas, credores e outros segmentos ligados à empresa. Haveria certamente um corte de custos “de maneira não razoável”.
O grupo japonês busca o apaziguamento para que possa fechar um consenso o mais rápido possível com a Techint/Ternium. “A Usiminas, sob o atual ambiente de negócios extremamente severo e difícil, deveria concentrar-se em sua reconstrução, especialmente no contexto da reestruturação de sua dívida e neste ambiente de negócios desafiador. Pelo menos durante esse período, no qual os compromissos para com os credores devem ser honrados, ambos o acionistas majoritários deveriam se concentrar em considerar como implementar uma gestão conjunta saudável e estável para a companhia”, propõe a Nippon Steel no comunicado feito ao mercado.

AUDIÊNCIA PÚBLICA
Sobre a audiência pública na Câmara de Ipatinga, a vereadora Lene Teixeira disse que apresentará o requerimento na próxima reunião ordinária. Caso seja aprovado, a audiência para abordar a relação da Nippon Steel com Ipatinga deverá ser realizada em março.

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