Fuga de Eduardo e Zambelli está longe de ser resistência à perseguição. Antes, é a indignidade e covardia dos traidores
(*) Fernando Benedito Jr.
Quem viu a deputada federal Carla Zambelli armada correndo atrás de um opositor pelas ruas de São Paulo, quem viu a parlamentar proferir mil bravatas até ser abandonada pelo bolsonarismo – e depois a viu chorar nas redes sociais antes de fugir do país, não poderia imaginar que ela seria capaz de tal covardia e tamanha indignidade. Pelo jeito, ela era uma patriota honrada, corajosa, valente e não essa covarde fujona que se revelou. Porque não aceitou a pena que lhe foi imposta e lutou pela sua “inocência”, com a dignidade dos bravos? É simples: Porque não tem inocência, nem dignidade e nem bravura. Nem ela, nem Bolsonaro, nem o lesa-pátria “patriota”, nem os demais integrantes da família de milicianos e golpistas.
No entanto, continuam sendo vistos e se fazendo de vítimas (justo eles que criticavam o mi-mi-mi), continuam sendo apoiados por parlamentares, eleitores, gente comum, uns esclarecidos, outros nem tanto. É gente que acha bacana andar armado, matar os outros, destruir o meio ambiente, ser mal educado, misógino, homofóbico e sair por aí falando asneiras. Achando que é bacana apagar a pegada humana sobre a terra, tudo em nome da família, da propriedade, da pátria, quando na verdade são hipócritas que se acovardam ao primeiro solavanco da lei.
Taí a Zambelli, como vários outros quadros da extrema direita, que, mesmo abandonados pelo bolsonarismo, continuam a lamber-lhe as botas em total indignidade. Até a fuga final.
Coitada, nem uma mensagem de solidariedade do ex-chefe, nenhuma manifestação do filho covardão que também está nos EUA lambendo as botas de Trump e conspirando contra a pátria que tanto defende.
Que gente infame!
(*) Fernando Benedito Jr. é editor do DP.