Nacionais

Um trem para as estrelas

A proposta aé alguma coisa parecida como antigo desenho animado da família Jetsons

A Missão Comercial Internacional de Ipatinga à Bielorrúsia, liderada pelo ambicioso empreendedor e assessor da Associação dos Municípios da Microrregião do Vale do Aço (AMVA), Joel Souto, e composta ainda pelos prefeitos Sebastião Quintão e Rodrigo Quintão, este último também interprete e tradutor, tem tudo para ser um sucesso. A idéia, ao que parece, é um pouco mais ampla do que simplesmente implantar em Ipatinga os veículos da Sky Way Technologies Co. (SWT), produtora de veículos para o transporte de passageiros e cargas sobre trilhos suspensos. É trazer para o Brasil uma unidade da SWT. Projeto totalmente viável e factível, principalmente se for um investimento privado da RLP Ventures, holding com sede em Miami que reúne os negócios da família do prefeito Sebastião Quintão. Além de minas, fazendas, empreendimentos imobiliários, cartório, política, cafeicultura e criação de gado, entre outros, a holding que já se aventurou também no negócio de criação de avestruzes, pode sim trazer para o Brasil a fábrica de trens voadores.
Isto é necessário falar porque algumas vozes dissonantes tem dito em tom de ironia que isso é coisa dos jetsons, que o próximo passo da Missão Comercial Internacional de Ipatinga é estabelecer contato com a indústria aeroespacial russa para a produção de caças MIG e, quem sabe, promover a retomada da corrida espacial, como nos tempos da guerra fria. Como disse certa vez o grande astronauta, Neil Armstrong, certas coisas são um “um pequeno passo para o homem, mas um salto gigantesco para a humanidade”. É o caso dos jardins suspensos da Babilônia e, por que não, do trem suspenso da Bielorrúsia.
Ora, antes de tudo é preciso pensar grande, afinal, é disso que esta cidade e este País precisam: de pessoas empreendedoras, capazes e megalomaníacas; de gente que um dia irá nos tirar desta miséria em que estamos e nos colocar no devido patamar em que merecemos estar no grande panteão da humanidade.
Então.
O problema é que ficam no ar alguns questionamentos e perguntas eloqüentes sobre tema tão importante. Como se supõe que empreendimento de tal envergadura só pode ser tocado pela iniciativa privada, uma vez que no município de Ipatinga mal se resolve o problema da mobilidade urbana com os meios de transportes existentes e buracos na rua são eternas como as crateras lunares, onde se pretende instalar o parque industrial da SWT? No Distrito Industrial? Com quais recursos a Missão Comercial Internacional de Ipatinga foi parar na Bielorrússia? Que diabos pretende mesmo esta Missão Comercial Internacional de Ipatinga: trazer para cá a indústria? comprar os trens para melhorar os transportes na cidade? as duas coisas ? simplesmente fazer prospecção de negócios ? Incentivar o turismo em Minsk, cidade bielorrussa onde se fabricam trens voadores?
Indagações à parte (que os aposentados do serviço público municipal tem aos montes), ficam as dúvidas, esperanças e apostas quanto à execução deste grandioso, importante e prioritário projeto de transporte que, sem dúvida, vai revolucionar o modo de viver das pessoas e, em particular, de todos os ipatinguenses.
É isso aí. Alguém nessa cidade tem que pensar grande e acreditar no futuro, oras!

(*) Fernando Benedito é editor do Diário Popular.

Você também pode gostar

PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com