Policia

Tribunal de Justiça anula julgamento de Timirim

Wesley Neves, durante julgamento em junho deste ano              (Crédito: André Almeida / Arquivo DP)

IPATINGA – O Tribunal de Justiça de Minas Gerais anulou o julgamento do soldador Wesley Neves Santos Silva, o Timirim, ocorrido em junho deste ano. Ele havia sido condenado a 19 anos de prisão pelo assassinato de um jovem em 2011, no município de Santana do Paraíso.

A decisão foi tomada após a defesa de Timirim recorrer da sentença de condenação. A alegação dos advogados se baseou no artigo 478 do Código Penal, que veda a leitura de sentenças durante o julgamento para que os jurados não venham a ser influenciados.

De acordo com o advogado Eliseu Borges Brasil, que defende Timirim, durante a sessão de julgamento a acusação leu para o conselho de sentença uma decisão do TJMG em que Wesley Neves teve um pedido de habeas corpus negado. Segundo o recurso, o fato pode ter trazido a imparcialidade ao júri.

“No caso em tela, o promotor de Justiça leu a decisão colegiada proferida no julgamento do habeas corpus que manteve a prisão preventiva do apelante durante a instrução criminal e analisou a presença dos indícios de autoria e a utilizou para sustentar a comprovação da autoria delitiva”, afirma trecho do acórdão. “O objetivo da vedação em análise é justamente impedir que os jurados sejam influenciados por outras decisões, para que não seja prejudicado o livre convencimento”, diz o texto.

O caso foi julgado pela 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça. Dos três desembargadores que compõem a turma, dois foram a favor do recurso: Cássio Salomé e Sálvio Chaves. Agostinho Gomes de Azevedo foi contra a apelação, afirmando que “a esmiuçada detalhista de pequenas irregularidades processuais, com o objetivo exclusivo de prejudicar o exame do mérito recursal, não deve prosperar”.

O CRIME
Timirim foi acusado de matar Gefter Geiel Santana de Araújo, 18 anos. De acordo com as investigações da época, o rapaz foi assassinado por engano por volta das 22:00h do dia 25 de julho em uma praça da rua Um.

Segundo o inquérito, o jovem teria sido morto por engano. O alvo do atentado seria um desafeto de Anderson Márcio Barbosa Pagung, apontado como o mandante do crime e que teria contratado Wesley Neves para cometer o homicídio.

Wesley foi julgado pelo crime de homicídio qualificado e atualmente está preso na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, após ter sido condenado por outro assassinato: o do cabo da Polícia Militar Amarildo Pereira de Moura, morto a tiros em fevereiro de 2013. Por este crime, Timirim foi condenado também a 19 anos de prisão em regime fechado.

Segundo Eliseu Borges Brasil, Timirim se sentará em breve no banco dos réus para enfrentar novo julgamento pelo assassinato de Gefter Geiel. A Justiça de Ipatinga aguarda o retorno do processo, que se encontra no Tribunal de Justiça, para marcar uma nova sessão.

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