Cidades

Transporte escolar para por falta de pagamento

Mães, na Praça do Recanto, protestam contra paralisação: crise no setor      (Crédito: André Almeida)

IPATINGA – Estudantes da rede municipal e estadual que dependem do transporte público para chegarem até a escola foram pegos de surpresa nesta segunda-feira (1º), com a notícia da paralisação dos ônibus escolares na cidade. O motivo seria o não pagamento, por parte da Prefeitura, da verba destinada ao setor. Ontem pela manhã, diversas mães de alunos se reuniram na praça do bairro Recanto, para protestar contra a interrupção do serviço.
Veronice Santos contou que seus dois filhos matriculados na rede pública de ensino tiveram que ir a pé para a escola, que fica no bairro Cidade Nobre. Ela explicou que o carro faz o transporte de alunos de vários bairros e também da zona rural do município até os colégios, nos turnos da manhã e tarde.
Ainda segundo a mãe, na última sexta-feira, os alunos foram avisados na escola de que o serviço seria interrompido no mês de outubro, mas a data não foi informada. Ontem, porém, o motorista do ônibus esteve nos bairros dando a notícia da paralisação.

CRISE NO TRANSPORTE
A empresa que presta o serviço de terceirização da frota para o transporte escolar em Ipatinga é a Rondave, a mesma que no mês passado colocou 65 funcionários de aviso prévio, o que pode vir a comprometer os serviços da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Ipatinga (Apae). O aviso vence no próximo dia 10 de outubro.
Outro setor prejudicado foi o da saúde. Recentemente, ambulâncias que faziam transporte de pacientes do Serviço de Autorização Médica (SAM) para tratamento, em Belo Horizonte e Governador Valadares, foram demitidos e os carros remanejados para a capital do Estado.

CAMINHÕES
Quem também paralisou as atividades nesta segunda foram os caminhoneiros que prestam serviços para a Prefeitura Municipal. Vários motoristas estiveram na sede do Poder Executivo na manhã desta segunda-feira para cobrar uma solução para o problema.
De acordo com Cleiton de Assis, motorista que presta serviços para o governo municipal, há quatro meses os salários não são pagos. Ele explicou que a Prefeitura contrata a empreiteira Conspar para realizar serviços, mas que a empresa não tem recebido a verba para o pagamento dos funcionários. Ainda segundo o caminhoneiro, houve uma reunião com o secretário municipal de obras, Douglas Prado Barbosa, mas não houve progresso nas negociações. “Já marcaram cinco vezes de nos pagar, só fica na promessa. Nosso nome está sujo na praça, nossa família está passando dificuldades, as pessoas não acreditam mais na gente”, disse Cleiton.

NEGOCIAÇÕES
Sobre as paralisações, a Prefeitura de Ipatinga afirmou que elas têm acontecido em virtude da dificuldade financeira pela qual passa o município, causada pela queda na arrecadação sofrida neste ano. Informou ainda que a administração vem realizando, desde o primeiro semestre, frequentes negociações para redução e readequação nos convênios e contratos para ajuste ao orçamento, o que pode ter gerado a interrupção do serviço. O contrato com a Rondave passa por negociação e a administração municipal estuda as medidas cabíveis para restabelecer o serviço o mais rápido possível, mas não deu uma data para que os ônibus escolares voltem a circular.

Você também pode gostar

PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com