Na manhã dessa sexta-feira (26), os três lobos-guará (Chrysocyon brachyurus) nascidos no Centro de Biodiversidade da Usipa (Cebus) foram transferidos para o Instituto Onça Pintada, em Mineiros, no estado de Goiás. Os animais serão incorporados ao esforço nacional para a recomposição das populações em vida livre.
Coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Plano de Ação Nacional para a Conservação do Lobo-guará tem como objetivo reverter o declínio populacional da espécie em sua área de distribuição, reduzindo a categoria de ameaça.
Os lobinhos, como são carinhosamente chamados pela equipe do Cebus, passaram por exames, vermifugações, vacinações e estão com a saúde em dia. Antes da transferência, os filhotes, duas fêmeas e um macho, foram marcados com microchip para melhor identificação.
De acordo com a legislação federal, todos os animais nascidos em cativeiro devem ser identificados. “Cada microchip implantado nos lobinhos traz um número de identificação. Por meio dele é possível saber data de nascimento, fichas de internação, medicamentos administrados e outras informações pertinentes”, explica a bióloga do Cebus, Claudia Diniz.
Após três anos se reproduzindo sem conseguir manter os filhotes, o casal Cauê e Tíbia obteve sucesso reprodutivo no início de junho. “Retiramos os animais dos cuidados maternos antes de um mês vida para salvá-los. Essa atitude, infelizmente, nos trouxe um grande problema: os lobinhos são extremamente dóceis e dependentes do convívio com o ser humano”, comenta Claudia.
O Cebus faz parte do grupo, coordenado pelo ICMBio, de instituições nacionais e internacionais que se esforçam para preservar a espécie. “Com essa transferência, o Cebus cumpre importante função dos zoológicos, que é reproduzir e colaborar com a preservação de espécies nativas em vida livre”, afirma a bióloga.
Centro de Biodiversidade da Usipa
Atualmente, o Centro de Biodiversidade da Usipa (Cebus) se encontra fechado para visitação do público, mas segue realizando suas principais ações. São elas: a criação em cativeiro e semicativeiro da fauna regional; triagem da fauna (recepção, tratamento e encaminhamento) e pesquisa de animais silvestres em colaboração com instituições parceiras.