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Timóteo conscientiza sobre prevenção e faz capacitação

(Crédito: ACS/PMT)

 

TIMÓTEO – No município, o tratamento e acompanhamento dos pacientes com hanseníase é realizado pela Secretaria Municipal de Saúde e Qualidade de Vida através do Centro de Promoção à Saúde, situado à avenida Acesita, 1560, bairro Primavera. Uma equipe multidisciplinar composta por médica Dermatologista, Enfermeira, Psicóloga, Assistente Social, e Técnica de Enfermagem assiste os usuários. A dermatologista Maria Cristina Duque Alcantarino, médica responsável pelo atendimento, falou sobre a doença e lembrou o Dia Mundial do Hanseniano (24 de janeiro).

CAPACITAÇÃO

A Prefeitura Municipal vai deflagrar, no mês que vem, uma campanha de busca ativa para identificar casos de hanseníase. Antes desse trabalho, agentes comunitários de saúde (ACS) e técnicos de Enfermagem receberão curso de capacitação para identificar os casos suspeitos e encaminhar os pacientes para exames.

O curso de capacitação será realizado em três etapas. A primeira foi realizada ontem (24), às 13h, na Unidade Básica de Saúde (UBS) do distrito de Cachoeira do Vale. O segundo grupo de profissionais da Secretaria Municipal de Saúde será treinado no dia 29, às 13h, na UBS do Limoeiro, e outro no dia 30, às 13h, auditório da PMT.

TRATAMENTO
A doença tem tratamento e cura, e com o início do tratamento deixa de ser transmitida.
Segundo a dermatologista, que atua há 20 anos no programa, a situação não é alarmante no município, porém estão surgindo novos casos. “De novembro 2013 até agora, foram confirmados mais três casos da doença. Temos 14 pessoas em tratamento que ainda não receberam alta e mais seis fazendo acompanhamento mensalmente”, explica a médica.

Maria Cristina faz um alerta às pessoas que tem áreas com manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas pelo corpo, diminuição da sensibilidade ao calor, à dor e ao tato, para procurar o serviço de saúde sem demora, pois a falta de tratamento pode agravar a situação com a formação de nódulos e lesão dos nervos. “Por afetar os nervos, a doença pode ser confundida com doença ortopédica. A maioria dos casos registrados é transmissível”, conta a dermatologista.

DIAGNÓSTICO PRECOCE

Aparecida das Dores Santos, 49, faz tratamento e acompanhamento há um ano e três meses. Segundo a paciente, uma área da perna coçava muito. “Antes eu achava que era uma micose e passava uma pomada que não estava resolvendo. De uma hora para outra a lesão aumentou muito. Foi quando procurei o serviço de saúde”, fala. A paciente foi recomendada a fazer repouso e, por meio de laudo médico, conseguiu licença trabalhista.

A hanseníase é considerada um dos principais desafios da saúde pública, e o diagnóstico precoce é fundamental para a redução da transmissão e do risco de desenvolvimento de incapacidades físicas. Quando o tratamento é iniciado, o paciente pode sentir dores, febre e inflamação dos nervos afetados devido ao processo de morte dos bacilos. Trata-se de uma reação característica do organismo que está combatendo a bactéria que atingiu pele e nervos daquela pessoa. A baixa imunidade do organismo torna o indivíduo mais suscetível a contrair a doença, transmitida de forma oral, pela boca e secreções.

ACOMPANHAMENTO
“Mesmo recebendo alta do tratamento, o paciente é acompanhado mensalmente por período que pode chegar até 5 anos. A doença tem tratamento e cura, mas, com diagnóstico tardio pode evoluir para graves deformações em áreas do corpo. Uma pessoa que apresente a forma infectante da doença e que esteja sem tratamento poderá transmiti-la a outras pessoas com quem tenha contato direto e prolongado. Assim que o tratamento é iniciado, a doença deixa de ser transmitida, conforme explica Eunice Silveira, chefe do Departamento de Vigilância em Saúde de Timóteo.

No último domingo de janeiro (26) comemora-se o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase, data instituída pela Lei nº 12.135/2009. Profissionais da Secretaria Municipal de Saúde e Qualidade de Vida de Timóteo farão o diagnóstico da doença e orientarão a população sobre os sintomas a partir de fevereiro, em qualquer uma das unidades básicas de saúde.

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