terça-feira, outubro 28, 2025
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Tecnologia mineira desenvolve leite especial para bebês prematuros

Parceria entre Epamig ILCT e Fiocruz adapta processo de homogeneização da indústria do leite para aumentar o valor nutricional e reduzir a mortalidade neonatal

BH – Pesquisa realizada em Minas Gerais desenvolve tecnologia para garantir leite mais nutritivo a bebês prematuros

Bebês prematuros internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) neonatais poderão receber um leite materno mais nutritivo e completo graças a uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto de Laticínios Cândido Tostes da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig ILCT) em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O estudo, em andamento desde 2019, adapta tecnologias usadas na indústria de laticínios para melhorar o aproveitamento do leite humano doado, reduzindo a perda de gordura e nutrientes essenciais.

DISPONIBILIDADE

A proposta busca aumentar a disponibilidade deste alimento e, consequentemente, reduzir a mortalidade de prematuros extremos, bebês com menos de 1,5 quilo. “O trabalho consiste na adaptação de tecnologias usadas na indústria do leite para a aplicação em bancos de leite humano”, define a pesquisadora e professora da Epamig ILCT, Denise Sobral.

Pesquisadora da área de Nutrição Neonatal e de Leite Materno para Prematuros na Fiocruz, a médica neonatologista Maria Elizabeth Moreira conta que, há quase duas décadas, a equipe buscava uma instituição parceira para trabalhar com o manuseio do leite materno.

“Esse casamento com a Epamig ILCT foi perfeito. Ainda mais, trabalhando essa questão junto ao Banco de Leite Humano do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) e quem vai se beneficiar muito disso serão os nossos bebês”, afirma.

HOMOGEINIZAÇÃO

Um dos projetos em vigor avalia o processo de homogeneização do leite humano. O objetivo é evitar a perda da gordura e nutrientes deste leite que será oferecido a bebês internados em UTIs neonatais. A separação de fases e a perda da gordura são um grande desafio enfrentado pelos bancos de leite.

“A gordura do leite humano se separa naturalmente após a doação, nos processos de congelamento, descongelamento, transporte, pasteurização e fica aderida aos frascos e sondas. Com isso, o leite oferecido nas UTIs neonatais fica parcialmente desnatado, quando o bebê precisaria de mais calorias para sobreviver”, explica Denise Sobral.

“A ideia foi processar o leite humano em um homogeneizador de pequeno porte. No processamento, esse leite é forçado a passar em pequenos orifícios, então o glóbulo de gordura que é grande, se subdivide em pequenos glóbulos que não se separam mais e também não se aderem às superfícies”, detalha.

ANDAMENTO DAS PESQUISAS

A primeira fase de experimentos definiu as condições de processamento, por meio de diferentes pressões e temperaturas. A etapa atual consiste em averiguar se o leite preserva os nutrientes e fatores de imunidade e em simular o comportamento desse leite nas bombas de infusão, como as usadas nas UTIs neonatais.

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