(DO UOL) – Terceira colocada no primeiro turno, a senadora Simone Tebet (MDB) declarou hoje apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após a executiva nacional do MDB anunciar mais cedo que adotará posição de neutralidade na disputa entre o petista e o presidente Jair Bolsonaro (PL), na segunda etapa das eleições.
“Apesar das críticas que fiz, depositarei nele o meu voto. Seu compromisso é com a democracia e Constituição, o que desconheço no atual presidente”, afirmou. A parlamentar disse que não “cabe omissão” neste momento e que, “até o dia 30 de outubro” estará nas ruas em campanha pelo petista. “Meu grito será pela defesa da democracia e por justiça social”, afirmou.
CONSCIÊNCIA E RAZÃO
“Critiquei os dois candidatos que disputarão o segundo turno e continuo a reiterar as minhas críticas. Mas, pelo meu amor ao Brasil, à democracia e à Constituição, pela coragem que nunca me abandonou, peço desculpas aos amigos e companheiros que imploraram pela neutralidade neste segundo turno, preocupados que estão com a eventual perda de algum capital político, para dizer que o que está em jogo é muito maior que cada um de nós”, afirmou Tebet.
Segundo a senadora, seu voto está de acordo com sua “consciência e razão”. Tebet fez um pronunciamento de pouco menos de dez minutos e saiu sem dar entrevista para imprensa.
RELIGIÃO
A religião, principal pauta neste início de segundo turno, também foi tema do discurso de Tebet em São Paulo: “Neste ponto, um desabafo: de que vale irmos às nossas igrejas, proclamar a nossa fé, se não somos capazes de pregar o evangelho e respeitar o nosso próximo nos nossos lares, no nosso trabalho, nas ruas de nossa pátria?”
“Há um Brasil a ser, imediatamente, reconstruído. Há um povo a ser, novamente, reunido. Reunido na diversidade, antes e sempre, a nossa maior riqueza, agora esmigalhada por todos os tipos de discriminação”, disse Tebet.
PROJETOS
Segundo a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o almoço para firmar a parceria foi “ótimo”, com troca de “desafios da campanha”. “Ela apresentou ao presidente um rol de projetos que ela gostaria de ser incorporado ao nosso programa, na defesa que ele faz de políticas públicas”, disse Gleisi. “Falou-se também sobre a defesa da democracia.” De acordo com a petista, as propostas eram focadas em educação, saúde e relacionados a “questão da mulher”. “Não só na participação de espaços públicos como na questão de direitos”, completou.
Assim como o PDT, a senadora compartilhou cinco pontos de seu plano de governo que espera que a campanha de Lula os “acolha”.
São eles:
. Ajudar municípios a zerar filas de creche para crianças de 3 a 5 anos, além de implantar uma poupança de R$ 5 mil para o jovem que concluir o ensino médio – uma forma de combater a evasão escolar;
. Zerar as filas de cirurgias, consultas e exames com repasse de recursos ao SUS (Sistema de Saúde Único);
. Solucionar o problema do endividamento das famílias –principalmente daquelas que ganham até três salários mínimos por mês;
. Sancionar lei que iguale salários entre homens e mulheres que desempenham as mesmas funções.
. Montar uma equipe ministerial plural com homens, mulheres, negros, pessoas com deficiência.