terça-feira, novembro 26, 2024
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Teatro na praça propõe processos de formação e letramento social

“Em um lugar onde não há atividades culturais, a violência vira espetáculo”.

IPATINGA – Desde o início do ano, a praça do bairro Planalto II em Ipatinga, está ocupada pelo projeto “Iniciação à Prática Teatral – Laboratório de Atividades de Expressão”, idealizado e realizado pelo ator, diretor e produtor cultural Marrione Warley.

O projeto surgiu do olhar cuidadoso do artista para o território onde o mesmo foi criado e ainda hoje reside; e também de seus questionamentos como cidadão, sobre o que o mesmo possui e que pode ser utilizado para contribuir na construção de lugares de experienciação de outras vivências para a sua comunidade e seu entorno.

LEI ALDIR BLANC

O projeto começou a ser desenvolvido em 2021, através dos recursos da Lei Aldir Blanc da SECULT Minas Gerais, e consistiu em 03 dias de oficina para crianças e adolescentes. A mesma foi realizada em parceria com o projeto Batucada Planalto Samba Show – coordenado por Ivair Siqueira. Após cumprir o objeto proposto à Lei Aldir Blanc e acabar os recursos financeiros disponibilizados para a realização da oficina, tanto o artista quanto os alunos decidiram dar seguimento ao projeto. Neste momento, o espaço que abrigou a oficina entrou em reforma, e o artista ficou sem um lugar dentro da sua comunidade para prosseguir com os trabalhos.

ESPAÇO ABERTO

“Eu já vinha observando que os espaços públicos, em área aberta, são utilizados principalmente por projetos do esporte e que o mais comum por parte dos projetos culturais, é ocupar as praças com um produto que passa por este espaço, entretanto não pertence a este local na construção de sua identidade. Junto a isto, a comunidade quando tem acesso a algum bem cultural dentro do bairro, ela já vê o espetáculo pronto, mas não compreende os processos que englobam o trabalho artístico. Daí decidi tornar o problema da falta de espaço em solução, ocupando a praça com as Aulas de Teatro e possibilitando aos moradores a acompanhar as aulas e ao mesmo tempo a evolução dos alunos”, afirma Marrione Warley.

O projeto tem por proposta compartilhar com os alunos vivencias lúdicas nas Artes Cênicas, e ao mesmo tempo possibilitar a comunidade o acesso aos processos que envolve o trabalho artístico, contribuindo assim para a desconstrução de conceitos errôneos acerca do oficio artístico. Deste modo, produz de forma não didática, outras experiências para o público que contribuem para o fortalecimento da cultura brasileira.

METODOLOGIA

A metodologia da oficina é composta por um conjunto de atividades globais de expressão que visam o relacionamento, espontaneidade, imaginação, observação e percepção; através de jogos teatrais, expressão corporal, improvisação e interpretação. Atualmente o projeto atende a 27 alunos, dos 05 aos 16 anos, e é realizado sem o uso de recursos públicos ou privados das Leis de Incentivo à Cultura ou dos Fundos de Fomento à Cultura.

Marrione Warley é bacharel em artes cênicas com ênfase em interpretação e direção teatral pela universidade federal de Ouro Preto em Minas Gerais.

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