IPATINGA – O sonho da casa própria se tornou um pesadelo para pelo menos três pessoas que contrataram os serviços de uma construtora em Ipatinga. As vítimas alegam que foram enganadas pelo proprietário da empresa Alencar José Marcal de Matos, que teria prometido entregar as construções completamente prontas, e não cumpriu com o acordo.
Marlize Assunção Almeida, 39 anos, disse que o contrato feito para a construção de uma casa no Bethânia por R$ R$95 mil previa que a obra deveria ser entregue com todo o acabamento concluído em oito meses. A mulher disse que deu uma entrada de R$25 mil e transferiu mais quatro prestações de R$8.750, mas que faltando apenas dois meses para entregar a casa, o construtor deixou a obra apenas no tijolo e sumiu.
“Ele prometeu entregar a casa toda pronta e só levantou as paredes e bateu duas lajes. Eu cobrava ele e sempre com a desculpa de que estava com muitas obras. Ele começou a atrasar o pagamento dos pedreiros, dos ajudantes e depois simplesmente dispensou todo mundo dizendo que não tinha dinheiro para pagar ninguém”, alegou.
A mulher disse ainda que deu um prazo até o fim deste mês para que ele continuasse com a obra, mas não foi o que aconteceu. “E agora, eu mesma estou comprando os materiais e pagando os pedreiros dele para a obra não parar. Hoje (terça) eu fui na casa dele e vi um tanto de gente mexendo com mudança. Ele não atende telefone. Ninguém consegue encontra-lo e a mulher dele disse não saber onde ele está. Meu prejuízo já está chegando a R$60 mil”, reclamou Marlize.
MAIS PREJUÍZOS
Outra vítima que pediu para não ser identificada disse que contratou o empreiteiro para que ele fizesse a casa de nove cômodos, também no bairro Bethânia, em cinco meses, o que também não foi cumprido. “Meu prejuízo já está em R$140 mil, minha casa não está pronta e não acho mais o dono da empreiteira”, disse o homem.
Um casal que também teve os nomes preservados disse estar indignado com a situação. Ele alega que contratou os serviços da construtora por R$140 mil referentes a uma casa a ser construída no bairro Cidade Verde, em Santana do Paraíso. A obra começou em março deste ano, com a promessa de ser entregue em julho, e assim como aconteceu com Marlize, a obra também está somente no tijolo.
“Percebi que estava sendo enganada há dois meses, porque o contrato era para cinco meses e ficou o tempo todo da obra dando desculpa pelos atrasos. Hoje minha casa está só no tijolo e mais nada. Já passei R$123 mil”, disse a contratante alegando que a casa era para ter sido entregue com o acabamento.
As três vítimas ouvidas pelo DIÁRIO POPULAR procuraram a delegacia de Polícia Civil e prestaram queixa contra o proprietário da construtora. A reportagem ligou para o número de telefone que consta nos contratos das vítimas e a informação é de que o número discado não recebe ligações. O telefone fixo que consta na placa em frente à construção também informa que número está impossibilitado de receber chamadas.
