(Fotos: Fernando Benedito Jr.)
IPATINGA – A Polícia Militar, cumprindo uma ordem judicial, deflagrou nesta quinta-feira (27) a operação para desocupação de áreas invadidas nos bairros Planalto e Veneza. A reintegração de posse também foi cumprida na invasão do bairro Cidade Nova, pertencente ao município de Santana do Paraíso.
Os militares que participaram da operação se reuniram ainda de madrugada, por volta das 4h, no 14º Batalhão da PM de Ipatinga, no bairro Vila Celeste. De lá, seguiram por volta das 6h, para a escola Paulo Freire, no Planalto, onde se encontraram com representantes das prefeituras de Ipatinga e Santana do Paraíso e deram detalhes de como os trabalhos seriam conduzidos. Os policiais se dividiram entre os cerca de 580 mil metros quadrados, onde pelos menos 500 famílias montaram barracos. Grande parte das residências improvisadas estava desocupada no momento da reintegração.
Entretanto, alguns moradores insistiram em ficar, criando atritos com os militares. De acordo com o comandante do 14º Batalhão, Edvânio Carneiro, até às 8h da manhã, a situação estava sob controle. “É lógico que temos um foco de insatisfação por parte das pessoas que estão desocupando o imóvel, isso de certa forma é até natural, mas nós empregamos um aparato policial muito grande. Nós contamos aqui com modalidades policiais variadas de forma que a ordem judicial possa ser cumprida”, afirmou. Edvânio também adiantou que a PM irá monitorar a área retomada para evitar novas invasões, assim como a Prefeitura Municipal de Ipatinga, dona do terreno.
PROMESSAS
Das 500 famílias que abrigavam a invasão até meados de março, poucas restaram para acompanhar a desocupação. Ainda assim, as que restaram se indignaram com o fato de serem expulsas dos lotes e prometeram voltar para os terrenos. “Vou tirar essa lona aqui, mas amanhã vou colocar de novo”, disse Priscila Quetúzia a um grupo de militares que aguardava a desocupação do terreno em que ela morava. Após seguirem para as partes baixas do bairro Planalto, os moradores desapropriados entraram em confronto com os militares.
Na rua Um, populares acusaram um tenente da PM de agredir um garoto com um tapa no rosto; na esquina das ruas 17 e 18, homens da cavalaria, tropa de choque e do canil da PM precisaram intervir junto aos moradores, que acusavam os militares de abuso de autoridade.
De acordo com testemunhas, um policial teria também feito ofensas racistas a um jovem. Durante o tumulto, quatro menores e um maior de 21 anos foram detidos e conduzidos à delegacia da Polícia Civil acusados de incitar a violência contra militares. A PM ainda registrou outra ocorrência durante a reintegração e levou dois homens presos. Segundo o comandante Edvânio, os suspeitos teriam criado tumulto ao atear fogo em uma rua de acesso à invasão.
