terça-feira, julho 1, 2025
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Sind-UTE/MG lança campanha “Escola Viva é Escola Sem Medo”

Iniciativa vai desenvolver uma série de ações com o objetivo de combater a violência escolar, criar um ambiente de paz, seguro e voltado para a valorização da educação

O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) lançou durante o Conselho Geral da entidade, a campanha “Escola Viva é Escola Sem Medo”. A iniciativa tem o objetivo de contribuir para a luta contra a violência nas escolas e garantir que elas sejam um espaço de paz, harmonia e de construção de uma sociedade cada vez mais democrática.

A campanha “Escola Viva é Escola Sem Medo” é um compromisso inegociável com o direito à educação e um futuro digno para todas e todos. Em seu contexto, o Sind-UTE/MG vai desenvolver uma série de ações concretas para fortalecer este movimento, iniciando com a

sensibilização do público por meio da divulgação de posts, vídeos e materiais textuais que introduzam ao debate sobre a temática da violência escolar.

AÇÕES

Neste sentido, serão veiculados posts de caráter informativos e impactantes nas redes sociais para divulgar dados, depoimentos e orientações sobre a violência escolar. Estas mensagens vão abordar os tipos de violência (física, psicológica, bullying, etc.); informações sobre como identificar e denunciar atos de violência; direitos dos profissionais da educação; fazer pressão por políticas públicas; denúncia dos casos recentes e combater a ideia de que militarização garante mais segurança.

Outra iniciativa do Sind-UTE/MG é a criação de um canal de denúncia no site do Sindicato para que professores e funcionários possam relatar casos de violência que tenham sido denunciados ou não à Polícia Civil e/ou à Polícia Militar, possibilitando a atuação do departamento jurídico do Sindicato.

O Sindicato também vai realizar uma pesquisa qualitativa com professores e funcionários para mapear a realidade da violência nas escolas mineiras.

Além disso, o Sind-UTE/MG vai promover a realização de Aulas Públicas, Banca da Educação e debates sobre o tema.

DESVALORIZAÇÃO

O Sind-UTE/MG entende que a violência nas escolas brasileiras não é um problema pontual e sim uma crise estrutural, que ameaça o presente e o futuro da educação no país. Os números são alarmantes: em apenas dez anos, os casos de violência escolar mais que triplicaram, transformando espaços de aprendizagem em ambientes marcados pelo medo. Este crescimento exponencial revela não apenas a negligência do poder público, mas também um projeto político mais amplo de desvalorização da educação pública, intensificado nos últimos anos com o avanço de governos neoliberais e de extrema direita que sistematicamente criminalizam a profissão docente e precariza as condições de trabalho nas escolas.

NÚMEROS

Segundo levantamento feito pela Revista Pesquisa Fapesp, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), em 2023 foram registrados 13,1 mil casos se violência. Os dados englobam estudantes, professores e outros membros da comunidade escolar. Professores são constantemente ameaçados, presenciam cenas de ataques e vandalismo. Os alunos, que também têm direito a um ambiente escolar seguro, frequentemente se tornam vítimas de agressões físicas ou psicológicas. Esta realidade não só prejudica o processo educativo, como também produz traumas em uma geração inteira que passa a associar a escola ao perigo.

ESTADO OMISSO

A resposta do Estado a esta crise tem sido duplamente perversa. Por um lado, há uma evidente omissão na implementação de políticas públicas eficazes. Por outro, quando age, o poder público frequentemente propõe soluções superficiais que ignoram as reais necessidades da comunidade escolar: aumento da vigilância, medidas punitivistas e transferência da gestão para entidades privadas – medidas que, longe de resolver o problema, servem para desresponsabilizar o Estado e criar uma falsa sensação de segurança, enquanto abrem caminho para a privatização do sistema educacional. Esta estratégia fica ainda mais evidente quando observamos a falta de transparência nos dados oficiais, que impede a sociedade de mensurar a real dimensão do problema e cobrar ações efetivas.

EDUCAÇÃO E SEGURANÇA

Nesse contexto, a campanha “Escola Viva é Escola Sem Medo” surge como um imperativo ético e político. Não se trata apenas de denunciar a violência, mas de enfrentar as estruturas que a perpetuam. Educação de qualidade exige segurança, mas esta só será alcançada através de investimentos adequados, planejamento participativo e um compromisso genuíno com a escola pública. Programas de prevenção devem ser implementados urgentemente, sempre em diálogo com a comunidade escolar.

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