Movimento se coloca contra a privatização do ensino público em Minas, disfarçado de “gestão compartilhada” das escolas
Foto: integrantes do Sind-UTE/MG em visita à E.E. Hermenegildo Chaves, em BH. Movimento vai se estender ao interior do Estado
O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) está iniciando a partir desta semana uma ampla mobilização contra o Projeto Somar, que repassa às Organizações da Sociedade Civil (OSCs) a gestão das escolas públicas mineiras. A iniciativa do governo Zema, na verdade, é o início do processo de privatização do ensino público em Minas Gerais.
A iniciativa do Sind-UTE/MG consiste em instalação de barracas e realização de aulas públicas contra o Projeto Somar, prioritariamente nas proximidades das escolas onde o processo de entrega da gestão às OSCs está sendo realizado. As primeiras escolas onde o projeto está sendo implantado estão localizadas na Região Metropolitana da Belo Horizonte. A intenção do Sind-UTE/MG, contudo, é ampliar a mobilização na Capital e interior do Estado.
O primeiro ato ocorreu no bairro Enseada das Garças, em Belo Horizonte, em frente à Escola Estadual Maria Andrade Resende, onde foi realizada uma Aula Pública organizada pelo Sind-UTE para defender a educação pública de qualidade. O objetivo foi mobilizar a comunidade e alertar sobre os impactos negativos do Projeto Somar, que visa à venda das escolas públicas. Nesta quinta-feira (10), a Banca da Educação e a Aula Publica contra o Projeto Somar foi na E. E. Hermenegildo Chaves, na região do Vista Alegre e Cabana do Pai Tomás.
DIÁLOGO COM A SOCIEDADE
“Foi um momento de diálogo com pais, alunos e trabalhadores(as) em Educação. Conversamos com estudantes, ouvimos depoimentos de mães, e reforçamos a importância de ações como essa para derrotar o Projeto Somar”, pontuou a diretora de Comunicação do Sind-UTE/MG, Marcelle Amador.
Ela disse ainda que a categoria foi convocada a dialogar com as comunidades e informar sobre os impactos da privatização das escolas. “Essas atividades continuarão, com o foco em mobilizar a todos contra essa ameaça”, adiantou.
ESCOLAS NÃO ESTÃO À VENDA
Sob o lema “Nossa escola não está à venda”, o Sind-UTE/MG convoca a população e comunidade escolar (estudantes, pais, mães e responsáveis, trabalhadores na educação e toda a sociedade) a discutir as consequências desta iniciativa do governo de Minas. Para o Sindicato, ao se eximir da responsabilidade de gerir as escolas e transferir esta competência à iniciativa privada, repassando a estas instituições os recursos públicos e a gestão de todo o processo educacional, o governo mineiro coloca em risco a qualidade da educação (seja em relação ao conteúdo pedagógico e mesmo do espaço física das escolas), precariza as condições de trabalho, salários e direitos dos trabalhadores na educação, bloqueando o caminho para uma educação inclusiva e universalizante.