Cidades

Simões rebate denúncias de superlotação em Timóteo

O prefeito Chico Simões (PT) confrontou as informações da Gerência Regional de Saúde    (Crédito: Nadieli Sathler)

 

FABRICIANO – O prefeito Chico Simões (PT) se posicionou na tarde de ontem (4) sobre as declarações dadas por Anchieta Poggiali, diretor da Gerência Regional de Saúde (GRS) em Coronel Fabriciano, de que pacientes do município de Coronel Fabriciano estão contribuindo para a superlotação no Hospital e Maternidade Vital Brazil, em Timóteo. O gestor acusou o município de não investir adequadamente na atenção básica. Os médicos da unidade hospitalar de Timóteo ameaçaram paralisar os atendimentos devido ao aumento da demanda.
“A Prefeitura sempre pediu à São Camilo a fatura do ônus dos atendimentos de pacientes oriundos do município depois do fechamento do Hospital Siderúrgica. Mas nunca nos apresentaram nenhuma estatística”, informou o prefeito.
Simões esclareceu que Fabriciano que não tem gestão plena na área da saúde, por isso não recebe recursos para investir em pronto-socorro, UTI, internação, partos e outros procedimentos de média e alta complexidade.
“O governo estadual recebe recursos do governo federal para repassar aos municípios polo, em que há gestão plena, como em Ipatinga. Quem tira da atenção básica para custear com a atenção terciária comete um crime de improbidade administrativa. O que me coloca mais indignado é o gestor do Estado defender a instituição que tem a obrigação de investir na saúde, já que o município é atenção básica”, criticou.

VERBAS
Segundo o prefeito, os repasses do Fundo Estadual de Saúde que eram feitos ao Hospital Siderúrgica continuam sendo pagos normalmente, só que para instituições diferentes. Contudo, parte desse valor, que deveria custear a demanda excedente em Timóteo e Ipatinga, foi direcionada para o Hospital em Governador Valadares.
“Foram enviados para custear despesas do Hospital de Valadares um total de R$ 214 mil. Não repassaram para os leitos existentes nos hospitais de Ipatinga e Timóteo. Os salvadores da pátria não lutaram pelo fortalecimento da saúde regional. Seria mais lógico mandar o dinheiro que não está sendo usado em Fabriciano para os municípios vizinhos”, falou.
Outra informação dada por Simões foi que os R$ 30 mil do Pro-Hosp do Hospital Siderúrgica também foram repassados para a São Camilo, mantenedora do Hospital e Maternidade Vital Brazil.
“Vanilde (gerente do São Camilo) nos pediu uma ajuda de R$ 9 mil para atendimento ortopédico. Na reunião da Cibe (Colegiado de secretários de saúde da região), definimos que a verba seria mandada para Timóteo exatamente para ajudar a equilibrar os gastos que o hospital teria com o fechamento do Siderúrgica. Esse dinheiro tem sido repassado regularmente”, afirmou.

QUEDA
Ainda de acordo com o prefeito, outros R$ 191 mil restantes dos repasses mensais do Fundo Estadual de Saúde estão sendo divididos com os hospitais da região para pagar o excedente no atendimento.
Chico detalhou que além desses recursos do Pro-Hosp (R$ 30 mil) e do dinheiro do fundo, o Estado tem feito uma complementação mensal para as unidades hospitalares da região. Em março, foram pagos R$ 217 mil, em abril R$ 108 mil e em maio R$ 116 mil.
“Alguém esta mentindo quando afirmam que 80% dos atendimentos no Vital Brazil são de Fabriciano. Houve na verdade uma queda nesses repasses complementares. Mentiram ou o governo estadual está dando o calote nos hospitais da região. Agora vêm culpar o município”, disse.

Verba da UPA pode amenizar o problema, sugere prefeito
Fabriciano
– Uma solução apontada pelo prefeito Chico Simões (PT) para amenizar o problema da saúde regional é direcionar para a São Camilo os recursos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) liberados para o município de Coronel Fabriciano.
“A solução ao problema é muito simples, tão fácil que basta ter vontade política. O desafio que faço aos deputados que são engenheiros de obras construídas é que, se Fabriciano foi contemplado com a UPA, passa esse dinheiro para Timóteo enquanto não se inaugura o novo Hospital Siderúrgica”, apontou.
O governo federal prometeu enviar mensalmente R$ 250 mil para custear as despesas do pronto-socorro e, em contrapartida, o Estado vai completar com outros R$ 125 mil. As despesas estão incluídas no orçamento deste ano, segundo o prefeito.
“Existe o dinheiro e tem justificativa para fazer esse remanejamento. Já que o prefeito de Timóteo (Sérgio Mendes) é amigo do deputado estadual (Celinho do Sinttrocel), que é colega do secretário (Alexandre Silveira), que peçam isso ao governador. Concordo com a reclamação dos médicos, só que procuraram a solução errada ao pedir que o município ajude a custear as despesas. Os municípios não aguentam mais assumir responsabilidade, o cidadão tem o direito à saúde, mas a responsabilidade do SUS é pactuada com os demais entes da federação”, justificou.

São Camilo
Como a mantenedora do hospital em Coronel Fabriciano vai ser a mesma de Timóteo, Chico Simões acredita que não vai haver impedimentos legais para a manobra.
“A solução é simples, tirar de um bolso e colocar no outro; já que a mantenedora é a mesma, o dinheiro vai ser mandado para a mesma conta O Anchieta foi muito infeliz ao afirmar que o município não cumpre com a sua obrigação, quando na verdade ele sabe que o desempenho de Fabriciano na avaliação do atendimento da Atenção Básica é o melhor dos municípios da região”, pontuou.

 

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