(*) Fernando Benedito Jr.
O fim da “guerra de 12 dias” entre Israel e Irã, iniciada com a agressão sionista ao território iraniano, curiosamente, anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, termina sem vencedores de lado a lado. Batalhas sem soldados e travada com drones e mísseis, o conflito não pode ser mensurado pelo número de baixas civis, nem pela destruição de alvos físicos. Não existe vitória neste resultado. Também não é certo que os alvos “atômicos” do Irã tenham sido definitivamente destruídos, nem que o país persa vá abrir mão de suas experiências de enriquecimento de urânio. Israel, mesmo com o apoio norte-americano, também não leva vantagem nenhuma no conflito. Fez o papel de sempre: sujar as mãos com sangue árabe para agradar ao aliado do Norte. Acabou enfrentando uma saraivada de mísseis que destruiu boa parte da infraestrutura de cidades israelenses. Não há dissuasão, não há conquista de territórios, nada. Foi uma guerra inútil.
Neste conflito, mais uma vez, a Organização das Nações Unidas (ONU) mostrou que seu papel na mediação de conflitos e na capacidade de fazer valer os tratados internacionais é tão inútil quanto a própria guerra. Não consegue conter agressões nem promover o cessar-fogo. A ONU teve o mesmo papel que tem no genocídio em Gaza e no conflito entre Rússia e Ucrânia: nenhum. Talvez seus limites esbarrem no poder de veto dos EUA no Conselho de Segurança.
Afinal, não é seguro nem justo que os EUA sejam os juízes de conflitos, mesmo porque está envolvido e é o causador da maioria deles.
A guerra entre Israel e Irã, deixa muitas lições. A principal delas é que este não é o melhor meio de resolver os conflitos entre nações. Haja vista, a insensatez do conflito entre Rússia e Ucrânia, que se prolonga indefinidamente.
(*) Fernando Benedito Jr. é editor do DP.
