Policia

Sem provas, envolvido em guerra de gangues é liberado

IPATINGA – Dos cinco presos acusados da morte de Welisson Lopes da Silva, em agosto de 2012, um dos envolvidos, Everton Barbosa Silva, “Beton”, foi impronunciado, e está livre das acusações em relação ao homicídio. A decisão do juiz da 2ª Vara Criminal, Antônio Augusto Calaes de Oliveira, foi publicada no diário oficial nesta sexta-feira (10). O Poder Judiciário pediu o arquivamento do processo para Everton.

Segundo consta no texto da denúncia não há como pronunciar Everton no crime, porque as provas coligidas são insuficientes para o mínimo convencimento de quem julgará o crime. A justiça entendeu que não existem indícios suficientes de autoria ou de participação do indiciado.

O texto diz que “sabendo do esforço da polícia judiciária e da acusação, não existe a mínima prova suficiente para a pronúncia de Everton, pesando sobre ele apenas alguns boatos inconsistentes de terceiros que ‘ouviram dizer’ que o acusado estava no carro usado pelos assassinos. De fato, o nome de Everton foi ventilado nos autos somente porque ele faz parte da “gangue do Planalto”, rival da “gangue do Veneza”, pelo domínio do tráfico de drogas na região”, diz a sentença.

O documento relata também que o homicídio e a tentativa do homicídio foram feitos por motivo fútil, já que os autores efetuaram os disparos simplesmente por causa de uma contenda envolvendo outros moradores do bairro rival, bem como mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas porque elas conversavam com amigos quando foram surpreendidas pelos tiros.

CRIME
Welisson Lopes da Silva foi morto no feriado dia 15 de agosto de 2012, por volta de 13:00h, em um bar na avenida Londrina, próximo ao cemitério Parque Senhora da Paz. Welisson morava na rua Florianópolis, no mesmo bairro onde foi morto, Veneza.

Testemunhas contaram na época do crime, que a vítima estava na porta do bar, próximo à calçada, momento em que um automóvel VW Polo, preto, se aproximou e os ocupantes dispararam contra o rapaz. Ele tentou correr para dentro do bar, mas foi atingido e morreu no local.

Um perito da Polícia Civil constatou que Welisson foi alvejado por pelo menos dois disparos que lhe feriram a perna e o lado esquerdo das costas. Parentes do rapaz também estiveram no local do crime. Maria das Graças Lopes, mãe do rapaz morto, chegou poucos minutos após o homicídio e encontrou o corpo do filho ainda caído ao chão, na entrada do bar.

Welisson estava de costas para a rua e não viu a aproximação do carro. No entanto, o alvo dos atiradores era outro rapaz que estava no estabelecimento e que conseguiu se esconder.

Após o tiroteio, os suspeitos saíram em alta velocidade em direção ao bairro Cidade Nova, em Santana do Paraíso. O veículo, que segundo a Polícia Militar é roubado, foi encontrado abandonado na estrada de acesso à fábrica de colchões Ortoflex.

DENÚNCIA
Em relação ao crime, a denúncia narra que os envolvidos, moradores do bairro Planalto, mantêm um conflito com outro grupo rival, cujos integrantes residem no bairro Veneza, sendo tal contenda gerada pela disputa do domínio do tráfico de entorpecentes na região.

Os envolvidos e o adolescente que estava com Wellison no dia do crime atuam como “xerifes” no bairro Planalto, cometendo reiteradamente crimes contra o patrimônio e contra a vida, principalmente contra moradores dos bairros Planalto e Veneza, além de exercerem o tráfico de drogas como meio de vida.

Consta ainda que, no início da tarde do dia 15 de agosto no bairro Veneza, os indiciados, Weder Lucas da Silva, Maxsuel de Moura Avelino, Lucas Henrique da Silva e Walquiler Rodrigo Bicalho, bem como o adolescente M.A.M., efetuaram disparos de arma de fogo contra Welisson, causando sua morte, e contra F.F.G.D, que não foi alvejado tendo em vista que conseguiu se refugiar dentro do bar.

Em alegações finais, o Ministério Público opinou pela pronúncia do Weder Lucas da Silva, Maxsuel de Moura Avelino, Lucas Henrique da Silva e Walquiler Rodrigo Bicalho, e pela impronúncia de Everton Barbosa Silva.

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