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Se o energúmeno não gosta da democracia, então saia

(*) Fernando Benedito Jr.

O energúmeno líder do que restou da tropa de choque do PSL na Câmara dos Deputados, o miliciano Eduardo Bolsonaro conseguiu de uma tacada só piorar o que já estava bem ruim: as relações com as suas bases, com o Congresso, com as instituições democráticas e todo o arco de partidos (inclusive o seu), ao defender a instalação de um novo Ato Institucional nº 5, o famigerado AI-5. Este ato da ditadura militar foi determinante para o endurecimento do regime ditatorial, permitiu prisões ilegais, tortura, assassinatos, toque de recolher, fim do habeas corpus, fechamento do Congresso, censura e toda a sorte de arbitrariedades e monstruosidades instituídas pelo autoritarismo; e a custo derrotado por um amplo movimento da sociedade pela retomada da democracia.

O miliciano, filho do miliciano pai, disse que se a esquerda radicalizar, como no Chile, o pau vai quebrar, os esquerdistas vão se ver com a polícia. Ou institui-se um novo AI-5 ou faz-se um plebiscito, como na Itália, para endurecer as leis contra os “terroristas”. Ocorre que, até então, todos os problemas vividos pelo governo fascista dos Bolsonaro foram criados por eles mesmos, não pela oposição. Não precisou, ainda.

Interessante é que desde que se instalou a crise no PSL são muitas as declarações de ex-aliados alertando sobre a possibilidade de um golpe caso o governo Bolsonaro se inviabilize, como já está inviabilizado. O último a fazer uma análise neste sentido foi o ex-ministro,ex-homem de confiança e ex-presidente do PSL, responsável pela eleição de Bolsonaro, Gustavo Bebiano. A ex-líder do governo Joice Hasselmann também já fez este alerta. E cada dia a narrativa ganha força nas palavras dos próprios integrantes do clã de fascistas.

Outro dia, o Queiroz reapareceu nas mídias sociais falando besteira num áudio comprometedor e os Bolsonaro inventaram um factóide para desviar o assunto. Esta semana, a Globo divulgou o caso do miliciano acusado de matar Marielle Franco que apareceu no condomínio Vivendas da Barra logo após o assassinato à procura do “seu”Jair. O “seu” Jair não estava, mas alguém no “barraco” autorizou a entrada do bandido e ele foi se encontrar com outro comparsa, que também morava no condomínio. E ninguém sabe onde está o Queiroz, quem mandou matar Marielle, nem quem abriu a porta para o miliciano…

Bom, o caso começava a ganhar certa repercussão e a chapa já esquentava quando o “moleque” vem com a nova, do AI-5, durante entrevista a Leda Nagle em seu canal no Youtube. Realmente, o miliciano que foi embaixador sem nunca ter sido, é um estúpido. Normal, a fruta nunca cai muito longe do pé.

Assista ao vídeo

Depois de dizer que não é necessário nem um jipe e um soldado para fechar o STF, defender torturadores, a ação grupos paramilitares, bajular Trump, golpear os próprios colegas de partido, não conseguir mostrar nenhuma obra decente do governo do clã, o “moleque” continua a fazer das suas, com o beneplácito do pai. É um absurdo o que se vê. Se esse canalha prefere o golpe e quer fechar o Congresso, o STF, acabar com a democracia, então é melhor que seus pares, antes, acabem com ele. Lhe cassem o mandato e mandem-no para onde nunca deveria ter saído, as barras da calça do papai, para junto dos amigos milicianos ou lugares menos democráticos, como o quinto dos infernos.

E o pior é que Moro fica vendo isso tudo e não fala nada. Como ele agüenta!

(*) Fernando Benedito Jr. é editor do Diário Popular.

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