Ataque russo a centro de treinamento na Ucrânia pode ter matado 180 mercenários estrangeiros, mas informações ainda são controversas; armas fornecidas por países estrangeiros foram destruídas na operação
MOSCOU – A Rússia disse neste domingo (13) que atacou o centro de treinamento de Yavoriv, no Oeste da Ucrânia. Segundo o governo russo, “até 180 mercenários estrangeiros” foram mortos no ataque, que destruiu grande quantidade de armas fornecidas por outros países.
O porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, disse, em um briefing, que o país vai continuar com os ataques àqueles que chamou de mercenários estrangeiros.
A Reuters não pôde verificar de forma independente as declarações.
O governador regional ucraniano, Maksym Kozytskyy, disse que 35 pessoas morreram e 134 ficaram feridas no ataque.
A base aérea ucraniana, em Yavoriv, fica a 15 quilômetros da fronteira com a Polônia. As primeiras informações diziam que o ataque deixou 35 mortos e mais de 130 feridos, muitos destes transferidos para Lviv.
INSTRUTORES DA OTAN
A base atacada de Yavoriv é um local onde os instrutores da Otan dão formação a militares ucranianos. A base funciona o Centro Internacional de Manutenção da Paz e Segurança, criado no âmbito do programa Parceria para a Paz, que é realizado em conjunto pela Ucrânia e pela Otan.
O ataque foi feito com a disparo de vários mísseis de longo alcance. Este foi o ataque mais próximo a uma fronteira da União Europeia e de um país da Otan, o que pode provocar uma reação por parte dos aliados.
A base militar poderia ser também um dos locais secretos onde estavam armazenadas algumas das armas que têm sido cedidas pelos aliados do Ocidente à Ucrânia.
TERRORISMO
O ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, classificou o ataque russo ao Centro Internacional de Manutenção da Paz e Segurança de “ataque terrorista”. “Este é um novo ataque terrorista contra a paz e a segurança perto da fronteira UE-Otan. Medidas devem ser tomadas para acabar com isto. Fechem o céu!”, apelou.
Reznikov adiantou que instrutores militares estrangeiros trabalham na base militar de Yavoriv. Um representante do Ministério da Defesa da Ucrânia disse à Reuters que estavam tentavam determinar se algum destes instrutores estava nas instalações no momento do ataque.