(DA REDAÇÃO) – A deputada federal Rosângela Reis (PL-MG) votou pela soltura do deputado Chiquinho Brasão na sessão desta quarta-feira da Câmara dos Deputados. O parlamentar preso é acusado de ser o mandante do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes. Nesta quarta, por 277 votos a favor, 129 votos contrários e 28 abstenções, os deputados decidiram manter o parlamentar preso.
Na terça-feira (2) pela manhã, Rosângela Reis anunciou sua pré-candidatura a prefeita de Ipatinga, afirmando que tinha o apoio do presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sua mulher Michelle. À tarde, após intervenção do presidente do PL em Minas, deputado Domingos Sávio, que também votou pela soltura de Brasão, Rosângela retirou a candidatura para apoiar a pré-candidatura à reeleiçao do atual prefeito Gustavo Nunes, recém filiado ao PL.
ASSASSINATO E CORRUPÇÃO
Brasão foi preso após seis anos de investigações que sofreram todo o tipo de interferências, como ocultação de provas, manobras para desviar o foco das investigações, manipulação e envolvimento de policiais e delegados corruptos contrários à elucidação do caso.
O crime teve ampla repercussão nacional e internacional pelo grau de violência e por ser um claro atentado político contra uma mulher, parlamentar e ativista dos direitos humanos e interesses populares.
Os parlamentares favoráveis à soltura de Chiquinho Brasão alegam que a decisão de prendê-lo desrespeita a Constituição. A Carta Magna prevê que a prisão de parlamentares só pode ocorrer em flagrante delito e em caso de crimes inafiançáveis. O relatório da Polícia Federal, entretanto, acusa o deputado de obstrução de justiça e manobras para prejudicar as investigações. Dias antes da prisão, a PF também detectou movimentos da família de Brasão que insinuavam uma possível fuga para o estrangeiro.