‘O presidente do Brasil enfrenta crescente reação do público em decorrência de resposta considerada fraca contra a crise’, informa texto da ‘The Lancet
REINO UNIDO – A revista britânica The Economist chamou Bolsonaro de “Bolsonero”, em evidente alusão ao imperador que pôs fogo em Roma, depois do pronunciamento em cadeia nacional na qual o presidente tratou, uma vez mais, a Covid-19 como uma “gripezinha”.
Agora, foi a prestigiada publicação médico-científica The Lancet quem aponta o dedo para Bolsonaro, em editorial. “O presidente do Brasil têm sido fortemente criticado pelos especialistas de saúde e enfrenta crescente reação público em decorrência de resposta considerada fraca contra a crise”, informa o texto.
A revista cita o Reino Unido, os Estados Unidos e a Suécia, cuja resposta inicial muito lenta parece hoje ter sido uma má ideia. “Enquanto os líderes lutam para adquirir testes de diagnóstico, equipamentos de proteção individual e ventiladores para hospitais sobrecarregados, há um crescente sentimento de raiva”, pontua a publicação.
São citadas como reação iniciais equivocadas a negação e o otimismo equivocado, além da “aceitação passiva de mortes em larga escala”. O periódico defende que a “experiência da China será crucial para entender como levantar restrições com segurança”.
Falando especificamente sobre África e América Latina, a Lancet afirma que “sistemas de saúde frágeis logo devem logo ser sobrecarregados se a infecção se espalhar amplamente”. E destaca que “pessoas que vivem em áreas urbanas pobres e superlotadas são especialmente vulneráveis; muitos não têm saneamento básico, não podem se auto-isolar e não têm licença médica paga ou previdência social”.