Há dúvidas
Tem horas que esse negócio de não investir em ciência e tecnologia acaba complicando a vida das pessoas. Logo depois que Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, e o governador de São Paulo, João Doria, anunciaram a Butanvac, vacina 100% brasileira, produzida pelo Instituto Butantan, o Hospital Mount Sinai, de NY, veio a público dizer que a vacina foi desenvolvida nos Estados Unidos, na Escola de Medicina Icahn do Instituto Mount Sinai. Não chegou a ser um desmentido, mas tirou um pouco do charme de uma vacina totalmente brasileira.
Mas que venha, de onde vier, que a gente tá aceitando vacina até de mandioca, de inhame…
Surpresa!
De qualquer maneira é sempre bom que o governo de São Paulo anuncie alguma forma de acabar com a pandemia, porque isso faz o governo federal se mexer. Logo depois do anuncio da Butanvac, o astronauta Marcos Pontes veio a público dizer que tem uns outros 3 ou 7 pedidos de vacinas nacionais protocolados na Anvisa. Uma informação valiosa dessas, em plena pandemia que mata mais de 3 mil pessoas por dia, e o cara calado. Fala sério.
Aí vem o inominável em cadeia nacional de rádio e TV dizer que a vacinação do povo é uma prioridade. Uma falta de sintonia danada.
Era espacial
Outro projeto 100% nacional é o satélite Amazonia 1 construído pelo Inpe com seis quilômetros de fios e 14 mil conexões elétricas. O satélite integra a Missão Amazonia 1, que tem, por objetivo, fornecer dados de sensoriamento remoto para observar e monitorar o desmatamento, especialmente na região amazônica, além de monitorar a agricultura no país. O satélite, entretanto, só entrou em órbita pela missão PSLV-C51, da agência espacial indiana Indian Space Research Organization (ISRO).
A base de lançamento de Alcântara foi entregue a estrangeiros e os foguetes foram pro espaço.
Isso o astronauta não fala.
Chanceler do ódio
E o ministro das Complicações Internacionais, hein? Tá igual anzol em vara de pesca. Por um fio.
Ajeitando a lapela
O ministro das Complicações Internacionais, o Ernesto, é tão diplomático que vai falar no Senado, onde todo mundo quer a cabeça dele e leva consigo um assessor, Felipe Martins, que aproveita a sessão para divulgar o símbolo de ódio da Ku Klux Kan, de supremacistas brancos norte-americanos. E isso num País de negros, de miscigenados. E depois para se justificar diz que jamais faria um negócio desses porque é judeu.
Se complicou ainda mais.
Fazendo escola
Aí, o Bolsonaro vai fazer uma selfie com um apoiador e o sujeito vai e faz o mesmo símbolo dos supremacistas brancos da Ku Klux Kan. O gado achou bacana o gesto do assessor Felipe Martins, mas o presidente deu um esculacho no rapaz: “Aí você me complica, né”, reclamou.
Foi sutil com a base, mas deu o coice assim mesmo, porque é de praxe.