Cidades

Reforma da Previdência provoca debandada de policiais nos quartéis

(DA REDAÇÃO) – Mais uma vez o governo de Jair Bolsonaro mira no que viu e acerta no que não viu. O efetivo das tropas das polícias militares nos estados está sofrendo inúmeras baixas nos quartéis, o que acaba prejudicando a segurança pública, ao invés de melhorá-la, como se propôs a fazer. Ocorre que a reforma da Previdência tende a aumentar o tempo de serviço dos militares e muitos deles que já possuem tempo suficiente para se aposentar o estão fazendo agora, antes que tenham que cumprir mais tempo na caserna. Embora o projeto apresentado ao Congresso, não tenha uma política específica para os militares, é certo que o projeto sofrerá alterações substanciais durante a tramitação e a contagem de tempo de serviço deve ser ampliada, além dos benefícios cortados, entre os quais os soldos.

Segundo o site “Congresso em Foco”, o secretário especial da Previdência, Rogério Marinho, afirmou que o polêmico projeto de previdência dos militares não prevê aumento salarial para a categoria. A declaração foi feita em entrevista ao Estadão/Broadcast, na qual ele explicou, contudo, que serão incorporadas gratificações à medida que o militar avançar na carreira, com a criação de novas patentes a serem criadas para permitir o alongamento do tempo de serviço que a reforma deve exigir.

“É um projeto em que, ao mesmo tempo em que trabalha a reestruturação da assistência (a previdência dos militares), também há uma ‘rearrumação’ da questão da carreira, mas não aumento salarial, nada que implique em impacto previdenciário”, disse o secretário ao Estadão.

A explicação de Marinho ocorre após reivindicação da cúpula das Forças Armadas de reajuste salarial de generais de altas patentes, o que refletiria nos demais níveis hierárquicos. Uma espécie de compensação pelo aumento no tempo de serviço que a reforma da Previdência pretende trazer à categoria. Esse seria, ainda de acordo com o Estadão, o principal empecilho para o envio ao Congresso do projeto que trata da categoria, uma vez que a área econômica se opõe aos reajustes.

A explicação de Marinho ocorre após reivindicação da cúpula das Forças Armadas de reajuste salarial de generais de altas patentes, o que refletiria nos demais níveis hierárquicos. Uma espécie de compensação pelo aumento no tempo de serviço que a reforma da Previdência pretende trazer à categoria. Esse seria, ainda de acordo com o Estadão, o principal empecilho para o envio ao Congresso do projeto que trata da categoria, uma vez que a área econômica se opõe aos reajustes.

Antes do Carnaval, após reuniões com bancadas aliadas na Câmara, Rogério Marinho prometeu que o projeto dos militares chega à Casa em 20 de março.

“Segundo ele, serão criadas patentes intermediárias para permitir a adequação dos militares ao aumento do tempo de contribuição, que deve passar dos atuais 30 anos para 35 anos. Entre as gratificações que seriam possíveis ao longo do tempo extra de serviço, ele citou o bônus por deslocamento ou viagem, por curso e por capacitação”, destacou o Estadão.

As mudanças nas Forças Armadas serão estendidas também aos policiais militares nos Estados, possibilitando alívios aos governos. “Pra eles [Estados] é um grande respiro, porque vão ter o funcionário com mais 10 anos na ativa”, afirmou Marinho na entrevista, ponderando, porém, que os governadores terão de aprovar mudanças na estrutura da carreira militar em cada unidade da federação para unificá-las em uma carreira própria.

O fato é que enquanto o projeto não inicia sua tramitação, os policiais militares que se enquadram nos critérios para aposentadoria já estão dando um jeito de se reformar. À míngua e sem recursos para novos concursos públicos, os estados vêem as tropas minguarem, enquanto o povo assiste impassível sem nada poder fazer, a segurança pública se deteriorar ainda mais, justamente sob o governo de quem prometeu o contrário.  (Com “Congresso em Foco”)

Você também pode gostar

PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com