PARAÍSO – A Comunidade Quilombola Achado dos Pretos, localizada no Achado de Cima, zona rural de Santana do Paraíso, promoveu no último domingo (23) a 10ª edição do Encontro da Consciência Negra. O evento, realizado com apoio da Prefeitura, integrou a programação dedicada ao Dia da Consciência Negra e contou com manifestações culturais tradicionais da comunidade, apresentações de alunos da rede municipal e debates sobre políticas públicas voltadas às comunidades quilombolas.
ATIVIDADES
Durante todo o dia, a cultura quilombola foi celebrada por meio de apresentações de capoeira, marujada, congado, batuque (dança de origem africana) e apresentação dos estudantes da Escola Municipal Maria Rosa de Oliveira. Os debates foram conduzidos pelo professor, mestre em Ciências Sociais, Sávio Tarso. “A preservação das tradições quilombolas na Comunidade do Achado é fundamental para fortalecer a cultura e valorizar a contribuição histórica do quilombo para Santana do Paraíso”, afirmou o vice-prefeito de Santana do Paraíso, José Anicio de Almeida, o Oliveirinha.
HOMENAGEM
Na ocasião, foi realizada uma homenagem póstuma ao senhor Antonio Jonas, um dos quilombolas mais antigos e figura central na consolidação das tradições locais. Antônio, que faleceu no último ano, deixou um legado marcado pelo compromisso com a preservação cultural, pela atuação comunitária e pela transmissão dos saberes ancestrais. A homenagem reconheceu sua contribuição para o fortalecimento da identidade quilombola e para a continuidade das práticas culturais que caracterizam a Comunidade Achado dos Pretos.
TRADIÇÃO E HISTÓRIA
Com aproximadamente 105 anos de história, a Comunidade Quilombola Achado dos Pretos teve origem na instalação de famílias que chegaram à região após deixarem antigas fazendas das redondezas e de outras regiões de Minas. A localidade, reconhecida pelo solo fértil e diversidade de frutas, preserva práticas culturais transmitidas entre gerações, como o tradicional grupo de Batuque, do qual alguns integrantes também participam do Congado.
