domingo, novembro 24, 2024
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Que papelão, hein, Bolsonaro!

Se ninguém tivesse falado nada, o ex-presidente teria ficado com as joias do acervo da República para si, inclusive, o estojo presenteado a Michele. Isto se chama roubo

(*) Fernando Benedito Jr.

Se ninguém tivesse falado nada, Jair Bolsonaro, sorrateiramente teria saído do governo levando três kits de joias presenteadas “a ele” pela Arábia Saudita. Ocorre que na condição de chefe de estado ele não pode receber presentes para si, exatamente para evitar mazelas, como esta de que o acusam: de ter recebido as joias como uma compensação pela venda da refinaria Landulpho Alves, na Bahia, para a Mubadala Capital, um fundo de investimentos de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. A refinaria foi privatizada em 2021, na gestão do ex-presidente, pelo valor de R$ 1,65 bilhão. É um larápio.

O caso está sendo investigado. Mas o que importa é que o ex-presidente queria surrupiar as joias para si, quando deveriam, desde o primeiro momento terem sido incorporadas ao estado brasileiro, como deve ser feito nestes casos. A exceção são os presentes personalíssimos, como roupas, por exemplo.

“Apegado” a ouro, nióbio, rachadinhas, aluguéis de imóveis comprados a dinheiro vivo e outros pequenos negócios típicos de milicianos, Bolsonaro não ia deixar passar em branco um tesouro de R$ 16 milhões. Seria demais para sua cobiça de miliciano garimpeiro.

O estojo destinado à primeira-dama estava retido na alfândega em Guarulhos há mais de um ano. E só na véspera de deixar o cargo começaram as investidas de Bolsonaro para tirá-las de lá. Michelle disse que não sabia do presente, assim como não sabia dos cheques do Queiroz. É possível. Com o marido que tem, é bem provável que Bolsonaro quisesse as joias para si. Depois de muito pressão na alfândega, percebendo que os funcionários não iam entregar as joias e temendo o que acabou acontecendo, deixou de pressionar os agentes aduaneiros no dia seguinte, antes de rumar para a Flórida. É um trapaceiro da pior espécie, um malandrão boquirroto, um zé mané (coitado do zé), que, como se vê, nunca coube no papel de um estadista. É pequeno demais, vil demais…

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