(*) Fernando Benedito Jr.
Em pouco mais de uma semana, a cidade de Ipatinga, conforme os critérios do Plano Minas Consciente, saiu da Onda Amarela para a Verde, voltou da Verde para a Amarela e daí para a Onda Vermelha – que a Prefeitura nega – e novamente para a Verde, conforme nova classificação do governo estadual nesta quarta-feira (28).
Em nota emitida nesta quarta-feira a Prefeitura de Ipatinga rebate as informações divulgadas na terça-feira de que esteja incluída na Onda Vermelha e reafirma que segue na Onda Amarela. Antes, desanca as “ilações” (gripo nosso) divulgadas nas redes sociais e os sites sobre uma eventual classificação na Onda Vermelha:
“A Prefeitura de Ipatinga esclarece que são maldosas, tendenciosas e inverídicas as informações que tem circulado em redes sociais dando conta de que o município teria retrocedido à Onda Vermelha do Programa Minas Consciente”.
Pela nota, ao afirmar que “o município tem a prerrogativa de optar pelos números da macrorregião em que está inserido e que, esse momento, o mantêm na Onda Amarela”, nem o próprio governo municipal sabia que já estava reclassificado na Onda Verde, conforme se viu ao entardecer. Amanhã, veremos.
As informações, pelo menos as publicadas pelo Diário Popular, não são maldosas. A maldade é outra, talvez as 215 mortes por Covid-19 e a alta mortalidade de idosos na cidade. Não são tendenciosas e nem inverídicas. Se baseiam em fatos: os óbitos registrados diariamente e dados críticos de casos e mortes per capita, além de outras informações, como a decisão do Tribunal de Justiça de fechar os fóruns e a planilha sugerindo a reclassificação para Onda Vermelha que circulou fartamente na terça-feira.
Contribui para a dúvida generalizada a ausência de números oficiais e as mudanças constantes – e naturais – nas classificações e reclassificações. Mas, que carecem de critérios mais explícitos.
Grande parte da população, que não está imunizada, é potencialmente alvo do novo coronavírus e ninguém deseja o quanto pior, melhor, embora a pandemia esteja altamente politizada. O que se deseja é mais clareza, mais firmeza, mais ciência na análise da situação e na classificação, com informações claras e incontestáveis para que se evite especulações.
O que queremos é sair das ondas, zerar a contaminação, as mortes e retomar a vida normal o quanto antes. Que a população e o governo façam a sua parte. Com quanto mais transparência, melhor.
(*) Fernando Benedito Jr. é editor do Diário Popular.