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PT nega ter recebido propinas da Petrobras

Crédito: Felipe Rau/Estadão

SÃO PAULO – O ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco disse, em depoimento de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal  (MPF), em novembro do ano passado, que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, recebeu propina em nome do partido em 90 contratos da Petrobras, num total entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões.  Em nota oficial, o partido reiterou que recebe apenas doações legais e que são declaradas à Justiça Eleitoral, e prometeu processar seus acusadores “pelas mentiras proferidas contra o PT”.

As declarações de Barusco foram divulgadas após decisão do juiz federal Sérgio Moro, que retirou sigilo das investigações da nona fase da Operação Lava Jato, iniciada ontem (5). Para estimar a quantia, o ex-gerente se baseou no valor que recebeu, US$ 50 milhões. Segundo ele, Vaccari começou a operar o esquema a partir do momento em que assumiu o cargo de tesoureiro do partido. Desde então – acusou – o tesoureiro foi responsável por operar os recebimentos por parte do PT.

Barusco  confirmou no depoimento que ele e  Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, entre 2003 e 2013, recebiam propina para facilitar que empresas assinassem contratos de grande porte com a empresa, como os da Refinaria Abreu e Lima  e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

Sobre o depoimento de Barusco a assessoria de imprensa do PT divulgou nota oficial em que “reitera que o partido recebe apenas doações legais e que são declaradas à Justiça Eleitoral. As novas declarações de um ex-gerente da Petrobras, divulgadas hoje, (ontem) seguem a mesma linha de outras feitas em processos de delação premiada e que têm como principal característica a tentativa de envolver o partido em acusações, mas não apresentam provas ou sequer indícios de irregularidades e, portanto, não merecem crédito. Os acusadores serão obrigados a responder na Justiça pelas mentiras proferidas contra o PT”.

TRANSPARÊNCIA
O tesoureiro foi conduzido ontem pela manhã à Superintendência da Polícia Federal em São Paulo para esclarecer a acusação de delatores de que atuava na cobrança de propina e de doações legais para o partido. Em nota divulgada no site do PT, Vaccari disse que todos os questionamentos dos delegados foram respondidos. “Todas as perguntas feitas pelo delegado foram esclarecidas. Respondi a tudo com transparência, lisura e total tranquilidade”, declarou.

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